Donald Trump mudou de opinião sobre criptomoedas
Agência de notícias
Publicado em 26 de julho de 2024 às 18h01.
Última atualização em 26 de julho de 2024 às 18h48.
Doadores da campanha de Donald Trump para sua eleição como presidente dos Estados Unidos contribuíram com aproximadamente US$ 3 milhões (R$ 16,9 milhões, na cotação atual) em criptomoedas desde que o candidato anunciou que aceitaria ativos digitais como doações.
De acordo com um relatório da Comissão Federal de Eleições (FEC) para o segundo trimestre de 2024, a campanha de Trump recebeu doações em criptomoedas de aproximadamente 20 indivíduos a partir de maio. Em 2021, ele chegou a chamar o bitcoin de "fraude", mas realizou uma mudança completa de posição nos últimos meses.
O relatório, que não inclui contribuições feitas em julho ou doações para outros grupos políticos ligados ao ex-presidente, indicam que a campanha está recebendo doações principalmente de grandes nomes da indústria cripto, e não de investidores pequenos.
As contribuições mais significativas para a campanha vieram dos cofundadores da corretora Gemini, Cameron e Tyler Winklevoss, que enviaram um total combinado de US$ 2 milhões em bitcoin em 20 de junho. O cofundador da exchange Kraken, Jesse Powell, afirmou que doaria US$ 1 milhão em ether em 28 de junho.
Os relatórios da FEC mostram que Powell contribuiu com mais de US$ 844 mil até o momento, enquanto a campanha de Trump foi obrigada a reembolsar parcialmente a doação em bitcoin dos Winklevoss, já que as diretrizes eleitorais impõem um limite de US$ 844,600 por indivíduo.
Ryan Selkis, ex-CEO da empresa de análises Messari, que renunciou em 19 de julho após uma série de postagens pedindo guerra civil e declarações inflamadas sobre imigrantes, doou US$ 50 mil na stablecoin pareada ao dólar USDC para Trump. O diretor jurídico da Ripple, Stuart Alderoy, contribuiu com US$ 300 mil em XRP.
As postagens de Alderoy nas redes sociais não sugerem apoio a Trump. No entanto, ele tem sido altamente crítico da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e de seu presidente, Gary Gensler, sob o governo do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Entre as contribuições menores para a campanha estavam US$ 500 em bitcoin de uma dona de casa no Alabama e várias doações abaixo de US$ 1 mil de aposentados e trabalhadores autônomos. Michael Belshe, CEO da corretora de cripto BitGo, também enviou US$ 50 mil em bitcoin.
Para o segundo trimestre, o comitê relatou mais de US$ 118 milhões arrecadados em cripto e moedas fiduciárias e mais de US$ 142 milhões no total em 2024. Houve relatos de que Joe Biden estava considerando aceitar doações em cripto para sua campanha de reeleição.
Entretanto, o presidente dos EUA anunciou em 21 de julho que não se candidatará e, em vez disso, endossou sua vice-presidente, Kamala Harris. Relatórios sugerem que Harris arrecadou mais de US$ 100 milhões para sua campanha nas 24 horas seguintes ao anúncio de Biden.
Desde que Trump sobreviveu a uma tentativa de assassinato em um comício na Pensilvânia em 13 de julho, ele recebeu sua indicação oficial na Convenção Nacional Republicana como candidato do partido. Ele também planeja falar na Bitcoin Conference no próximo sábado, 27.
Além das doações para campanhas oficiais, o dinheiro da indústria cripto pode estar influenciando disputas acirradas para o Congresso.
A Fairshake, um comitê de ação política (PAC) financiado por doadores, incluindo gigantes do mercado como a Coinbase e a Ripple, arrecadou aproximadamente US$ 169 milhões desde seu lançamento. O grupo apoia candidatos por meio de compras e lançamentos de anúncios com ataques direcionados a políticos com opiniões anti-cripto.