Brasileiros têm aproveitado queda para investir em cripto (Reprodução/Reprodução)
Agência de notícias
Publicado em 30 de agosto de 2023 às 09h32.
Na última semana, investidores retiraram R$ 840 milhões de fundos com exposição a criptomoedas, apontam dados da CoinShares. Este é o maior fluxo de saída desde a segunda semana de março deste ano. Apesar da retirada massiva de capital, os brasileiros aproveitaram o momento de baixa para aportar R$ 11 milhões nesses instrumentos de investimento.
A maior queda em ativos sob gestão (AUM, na sigla em inglês) de fundos cripto foi registrada em março deste ano, com a saída de R$ 1,27 bilhão. A perda foi a maior da história nesses instrumentos de investimento. A CoinShares aponta que a pressão regulatória nos Estados Unidos sobre as corretoras de criptomoedas à época gerou esse movimento.
Entre os dias 21 e 27 de agosto, a segunda queda mais brusca de 2023 foi registrada, com a saída de R$ 840 milhões de fundos com exposição a ativos digitais. Assim como em outras semanas, os fundos apostando na valorização do bitcoin lideraram o movimento, com queda de R$ 745 milhões em AUM.
Os fundos apostando na queda da criptomoeda também registraram perda de ativos sob gestão, com a saída de R$ 20 milhões em uma semana. Os fundos cripto com exposição ao preço do ether também exibiram fluxo de capital negativo, com a saída de R$ 84 milhões no mesmo período.
O movimento da última semana, no entanto, não foi replicado por fundos ligados aos preços de outras criptomoedas. Fundos com exposição a XRP, Solana, Cardano e litecoin somaram R$ 6 milhões em aumento no AUM. Além disso, uma injeção de R$ 7,5 milhões foi feita em fundos classificados pela CoinShares como “multiativos” e “outros”.
Mantendo uma tendência de 2023, os investidores brasileiros foram na contramão do movimento, e aproveitaram as quedas nos preços dos criptoativos para aumentar a exposição por meio de fundos. Os fundos sediados no Brasil cresceram R$ 11 milhões em AUM na última semana, marcando o maior fluxo mundial de aportes na semana.
Esse comportamento já foi evidenciado em outros relatórios da CoinShares: brasileiros realizam aportes durante quedas nos preços dos criptoativos e retiram valores quando o mercado exibe alta. A movimentação sugere que os investidores do Brasil aproveitam as altas para realizar lucros.
O maior fluxo de saída de fundos de criptomoedas foi visto na Alemanha, que representou queda de R$ 340 milhões em AUM. O Canadá ficou em segundo lugar, com queda de R$ 305 milhões em ativos sob gestão.
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