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Repórter do Future of Money
Publicado em 13 de março de 2025 às 10h47.
O governo brasileiro pretende propor a integração da tecnologia blockchain para facilitar transações entre os países do Brics. Atualmente, o Brasil ocupa a presidência rotativa do bloco e quer aproveitar a posição para levar a proposta para consideração, segundo informações do jornal O Globo.
O objetivo também envolve uma expansão do comércio exterior entre os países. Por outro lado, o Brasil não deve defender a criação de uma moeda comum pelo bloco, uma ideia que chegou a ser discutida anteriormente mas foi duramente criticada pelo presidente Donald Trump.
O novo presidente dos Estados Unidos avalia que a medida representa uma alternativa ao dólar e que poderia ameaçar a hegemonia global da moeda norte-americana. Por isso, ele chegou a ameaçar a imposição de tarifas contra os países caso o projeto fosse adiante.
Com a mudança de cenário, o governo brasileiro vê a tecnologia blockchain como uma alternativa para aumentar a eficiência de operações transfronteiriças. Uma área de atenção é o uso da tecnologia em contratos de importação e exportação. Há a expectativa, ainda, de que ela ajudará a reduzir custos de pagamentos.
Ainda segundo o O Globo, a proposta de uso da tecnologia faz parte de um dos seis eixos prioritários definidos pela presidência brasileira do bloco, que se estenderá pelo ano de 2025. A facilitação de comércio e investimentos entre os membros do Brics foi elencada como prioridade.
A expectativa é que a tecnologia permita criar um sistema com mais segurança e eficiência para a realização de trocas comerciais e a circulação de capital entre os países. Por outro lado, o governo do Brasil vê a implementação como parte de uma agenda de longo prazo.
A proposta pode ser apresentada durante a reunião de chefes de Estado do Brics, que ocorrerá em julho deste ano no Rio de Janeiro. Ainda não está claro como as criptomoedas - que são usadas para transações via blockchain - poderiam se inserir na estratégia.
O projeto está sendo desenvolvido pelo Banco Central, com participação do Ministério da Fazenda. O BC também tem sido o responsável por desenvolver o Drex, uma plataforma de registro distribuído (DLT), a mesma tecnologia por trás do blockchain, e que também contará com uma versão digital do real.
Além do Brasil, a Rússia também chegou a defender a adoção de um sistema de pagamentos transfronteiriços com uso de criptomoedas e a tecnologia blockchain. Em 2024, o país afirmou que o sistema seria uma "meta importante para o futuro" dos países do bloco.
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