Open Finance foi lançado no Brasil em 2022 (Getty Images/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 27 de junho de 2023 às 15h05.
Lançado em 2022, o Open Finance faz parte da agenda de digitalização da economia promovida pelo Banco Central, com foco em facilitar o compartilhamento de dados entre diferentes instituições financeiras, incentivando a personalização de serviços e produtos. E, apesar da estreia recente, o Brasil tem liderando os avanços na área a nível mundial.
Essa é a avaliação de Helen Child, pesquisadora e co-fundadora do Open Banking Excellence, uma organização que busca fomentar o crescimento de iniciativas na área. Recentemente, ela lançou também o Global Open Finance Index, que tem como objetivo avaliar o grau de avanço de 27 países na pauta do Open Finance. E o Brasil foi considerado um dos líderes nessa categoria.
Child destacou durante sua participação no Febraban Tech 2023 a importância de ver "o que os dados dizem sobre o Brasil". Ao fazer isso, foi possível perceber que o Brasil tem tido uma "tremenda inovação". "Não é um país do G7 [que reúne sete das maiores economias do mundo], mas está liderando globalmente o Open Finance. O mundo está atento ao que está sendo feito, e o país deveria estar muito orgulhoso", disse.
A pesquisadora também afirmou que o sucesso do Open Finance depende de colaborações e conexões entre os diferentes agentes do mercado, incluindo os reguladores. E Child também vê uma vantagem brasileira nesse aspecto. Ela classificou o Banco Central como um regulador "inovador, que está pensando no futuro. É um regulador renomado ao redor do mundo por ser ágil e inovativo. Todos no mundo estão olhando o que o Brasil está fazendo".
Ela destacou que é importante para o avanço do Open Finance que o mercado e o regulador trabalhem em paralelo, o que já ocorre no Brasil. Por isso, ela avaliou que "todos querem ter um ambiente como do Brasil". Child também considerou positivo o fato dos reguladores brasileiros terem aprendido com as experiências do Reino Unido e da Índia com a tecnologia, permitindo "pegar o que eles têm de melhor".
Além disso, a pesquisadora disse que o Brasil conseguiu ter um ponto de partida diferente do de outros países graças ao Pix, cujo sucesso e grande base de usuários permitiu que o Open Finance fosse acelerado e tivesse uma escala "fenomenal, com muitas conexões. Eu fico maravilhada com o que o Brasil tem atingido, não só em inovação, mas no ritmo e na parcela de mercado", afirmou.
Essa combinação deve permitir que o país consiga ir mais a fundo na área mais rapidamente, cirando casos de usos mais complexos com tração e mais sustentáveis, avaliou Child. Para isso, ela defende a importância de continuar trabalhando a área e "trabalhar em paralelo com o regulador para fazer o melhor com o que tiver". Ela observou ainda que, quando o assunto é Open Finance, o "resto do mundo está com inveja" do Brasil.
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