Brasil está na vanguarda de movimento de modernização das finanças (SOPA Images/Getty Images)
Cointelegraph Brasil
Publicado em 15 de setembro de 2022 às 14h57.
A plataforma de infraestrutura blockchain regulamentada Paxos divulgou na última terça-feira (13) um relatório intitulado “O que está impulsionando o imenso crescimento das criptomoedas na América Latina?”, documento de 20 páginas elencando as principais vertentes relacionadas à “adoção robusta da criptomoeda na região”, que representou um aumento de 1.370% entre 2019 a 2021, segundo dados da Chainalysis. Tendência de consumo que impulsionou a integração bem-sucedida das criptomoedas em fintechs latinoamericanas como Mercado Livre, Nubank e PicPay, além de favorecer os movimentos regulatórios.
“Descobrimos uma série de forças socioeconômicas, tecnológicas, regulatórias e culturais convergindo nos últimos dois anos para impulsionar ainda mais a criptomoeda no sistema financeiro convencional na América Latina. O mais empolgante é o potencial dos mercados de ativos digitais para aumentar o gasto e o poder de economia de milhões, ajudando assim a impulsionar a inovação”, explicou o Chief Revenue Officer da Paxos, Michael Coscetta.
A Paxos estimou que em 2021 o crescimento das Criptomoedas na América Latina ultrapassou o resto do mundo em razão de uma maior entrada dos brasileiros, cuja proporção de adesão, mais de 40%, empatou com a da Indonésia e superou a de qualquer outro país.
Apesar disso, o lançamento da plataforma de pagamentos gratuíta lançada pelo Banco Central, o Pix, ao mesmo tempo que resultou em um recuo de 5% no número de correntistas dos bancos tradicionais, também freou a aceitação de criptomoedas como forma de pagamento, por parte dos comerciantes brasileiros.
Entre os principais motivos da adoção das criptomoedas pelos latino-americanos estão: o desejo de acesso mais fácil ao dólar americano como forma de proteção contra a inflação, o que justifica a busca pelas stablecoins na região; a facilidade relacionada às remessas internacionais menos caras, que justifica o afastamento das pessoas dos bancos tradicionais e a consequente aproximação dos provedores de serviço; a disponibilidade de aplicativos das fintechs; a redução de barreiras por meio de carteiras digitais e consoles de jogos; a maior conectividade com o sistema financeiro por meio das stablecoins e outras criptomoedas, seja para pagamentos, remessas internacionais, investimentos ou para uma reserva de valor.
O relatório apontou ainda que os jogadores da América Latina representam um segmento crescente e que a disseminação de jogos para celular também colaborou para a sedimentação deste mercado, na esteira de editores na Web3 e jogos em blockchain, que combinam tokens não fungíveis (NFTs) e monetização por meio de criptomoedas.
O documento informou ainda que há uma correlação entre o crescimento das forças regulatórias e políticas com o avanço das criptomoedas na América Latina.
“Na América Latina, as regulamentações são um componente crítico das tendências de adoção. Sem tendência padrão em todo na região, há uma relação direta entre as nações individuais políticas regulatórias e monetárias e adoção de criptomoedas. Ninguém quer operar em um limbo regulatório”, explicou a Paxos.
De acordo com o advogado brasileiro Bruno Balduccini, sócio do escritório Pinheiro Neto Advogados, “muitos traders de criptomoedas querem regulamentações porque protegem contra a lavagem de dinheiro e outras atividades ilícitas e permite, o que permite o acesso para maior capital de instituições maiores.”
A Paxos acrescentou que “no Brasil, o Banco Central está redigindo legislação com o Senado dos EUA, grandes bancos e fintechs para pavimentar o caminho para a introdução de criptomoedas no forma mais regulamentada e transparente.”
“Eles estão fazendo isso de uma forma muito aberta porque a realidade é que, se o fizerem de forma maneira que não é transparente, a criptografia se tornaria contrária seu ideal de ser totalmente transparente e descentralizada”, justificou Michael Coscetta.
Enquanto isso, outro relatório, o da Chainalysis, mostrou que os países emergentes ocupam as primeiras colocações no índice de adoção de criptomoedas, entre eles o Brasil, que ficou na sétima colocação.
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