Quem acredita em mais quedas do bitcoin poderá investir em sua tese diretamente na bolsa (D-Keine/Getty Images)
Os norte-americanos ganharão uma nova possibilidade de investimento na próxima terça-feira, 21. Nesta data, será lançado o primeiro ETF para aqueles que acreditam na queda do bitcoin. Criado pela ProShares, o BITI vai ser listado na NYSE, a bolsa de valores de Nova York, e pretende gerar lucro quando o preço da maior criptomoeda do mundo cair.
Por meio de uma estratégia de investimento conhecida como “short” ou “venda a descoberto”, quem investir do fundo negociado em bolsa poderá lucrar ao estar em posição “vendida” no bitcoin. Basicamente, uma negociação deste tipo envolve a venda de um ativo no mercado com a expectativa de comprá-lo a um preço mais baixo no futuro. Ou seja, quem a realiza precisa acreditar na queda do preço do ativo.
“Como os últimos tempos mostraram, o bitcoin pode cair de valor”, afirmou o CEO da ProShares, Michael Sapir, em um comunicado de imprensa. No momento, o bitcoin é negociado por um preço aproximadamente 70% menor que sua máxima histórica, de novembro de 2021.
Ainda de acordo com o CEO, o ProShares Short Bitcoin Strategy pode ajudar os investidores a aproveitarem a alta volatilidade da principal criptomoeda, já que eles estariam “conveniententemente” lucrando com a sua queda.
Depois de atingir US$ 69 mil em 2021, o bitcoin é cotado atualmente em US$ 20.216, mas chegou a custar US$ 17.772 durante o último final de semana, de acordo com dados do CoinMarketCap.
Apesar do lançamento gerar controvérsias, não necessariamente significa que a ProShares descredita o bitcoin como um bom investimento. “O lançamento é um produto direcional como qualquer outro, bem vindo sempre para quem quiser especular ou proteger seu patrimônio. Quanto mais abrangente a gama de derivativos lançados, melhor a qualidade da exposição a mercado para os investidores”, comentou Ray Nasser, CEO da Arthur Mining, sobre o caso.
A ProShares também foi a responsável pelo lançamento do primeiro ETF de futuros de bitcoin dos Estados Unidos, em outubro de 2021. Sob o ticker BITO, o fundo de índice da empresa atraiu mais de US$ 1 bilhão em seus dois primeiros dias, e se demonstrou um bom investimento, já que no mês seguinte, o bitcoin atingiu sua máxima histórica.
No entanto, o BITI agora pretende oferecer o desempenho oposto do S&P CME Futures Index. Além disso, a empresa também lançará um fundo mútuo para investir na queda do bitcoin, sob o ticker BITIX, no mesmo dia. O lançamento será feito por meio de sua empresa de fundos mútuos afiliada, a ProFunds, e o BITI e BITIX vão compartilhar do mesmo objetivo de investimento.
“Uma empresa que age como uma provedora de liquidez ou corretora é agnóstica sobre o ativo em que está intermediando. Podem ser barras de sabão, ouro, bitcoin ou ovelhas. A empresa está ganhando na corretagem, e, onde há interesse por tomar risco, há vendedores de risco”, acrescentou Nasser à EXAME.
O especialista em criptomoedas e tecnologia blockchain também comentou que investir na queda do bitcoin não é exatamente uma prática nova. Apenas será facilitada pela presença de um fundo negociado em bolsa.
“Hoje ja é muito fácil comprar tokens que tem exposição short no bitcoin ou até investir na queda dos próprios futuros ou do bitcoin em si. Porém esses produtos estao disponíveis apenas no nível das corretoras de cripto. Muita gente nao quer ter exposição a estas corretoras e querem o dinheiro delas no banco comprando ativos NYSE”, concluiu.
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