ETFs de bitcoin foram aprovados pela SEC em 2024 (Bloomberg/Getty Images)
Repórter do Future of Money
Publicado em 26 de abril de 2024 às 16h02.
Última atualização em 2 de maio de 2024 às 17h23.
O BNY Mellon, o mais antigo banco ainda em atividade nos Estados Unidos, revelou nesta semana que possui pouco mais de US$ 1,2 milhão (R$ 6 milhões, na cotação atual) investido em dois fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin oferecidos nas bolsas de valores do país.
As informações fazem parte de documentos enviados pelo banco para a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC, como parte da sua divulgação de ativos. Pela divulgação, o banco possui atualmente investimentos nos ETFs da BlackRock, a maior gestora do mundo, e da Grayscale, os dois maiores do segmento.
De acordo com o documento, o BNY Mellon comprou cerca de US$ 448 mil em participações no fundo da Grayscale, que já existia no mercado há alguns anos antes da conversão em um ETF. Já o montante aportado no ETF de bitcoin da BlackRock é ainda maior, totalizando mais de US$ 800 mil.
Até o momento, o BNY Mellon não informou publicamente qual a sua visão sobre os ETFs e qual posição possuem na estratégia de investimento do banco. Entretanto, o movimento é semelhante ao de outras instituições financeiras, que aproveitam os ETFs para ter uma exposição à criptomoeda.
No caso do Brasil, os bancos BTG Pactual e Banco do Brasil estão entre os principais investidores institucionais do ETF de bitcoin da BlackRock. Dados da Bloomberg apontam que o BB investiu mais de US$ 1,5 milhão no fundo, enquanto o BTG aportou US$ 275 mil.
Eric Balchunas, analista de ETFs da Bloomberg, destacou que, até o momento, há aproximadamente 30 investidores institucionais que relataram oficialmente terem investido no ETF da BlackRock, uma cifra que equivale a 0,2% do total de cotistas do fundo.
Por outro lado, o contato entre o BNY Mellon e o mundo das criptomoedas não é uma novidade. Em 2022, o banco lançou um serviço de custódia de bitcoin e ether para seus clientes no país, se tornando a primeira instituição financeira americana tradicional a incorporar a funcionalidade.
Em comunicado, o banco afirmou que a novidade "reforça o comprometimento de abarcar a demanda dos clientes por um fornecedor confiável de serviços ligados tanto a ativos tradicionais quanto digitais".
Fundado há 238 anos, o BNY Mellon também criou em 2021 uma unidade específica para ativos digitais, com o objetivo de lançar a primeira plataforma multiativos da indústria, ligando a custódia de ativos tradicionais e digitais.