(Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 26 de outubro de 2024 às 10h00.
Vivemos em uma era em que a confiança nas instituições públicas e nos processos democráticos está sendo constantemente desafiada. As eleições, que deveriam ser o pilar da democracia, enfrentam problemas relacionados à integridade e à transparência.
No entanto, a tecnologia tem desempenhado um papel transformador no campo eleitoral. Com a ascensão das urnas eletrônicas e a diversificação dos canais de comunicação, o cenário político e a forma como interagimos com ele mudaram profundamente. Mas há um novo capítulo nessa história: o uso da tecnologia blockchain para combater fraudes eleitorais e aumentar a transparência no processo de votação.
Para começar, é essencial entender que o blockchain é um livro-razão digital que registra transações de forma descentralizada. Ao registrar cada voto em um blockchain, garantimos que ele seja imutável e transparente. Uma vez que um voto é registrado, ele não pode ser alterado ou removido.
Isso reduz significativamente a possibilidade de manipulação e fraudes. Além disso, a transparência que o blockchain oferece permite que todos os votos sejam auditáveis, promovendo um ambiente de confiança entre os eleitores.
No entanto, a implementação do blockchain no contexto eleitoral não é uma solução mágica. Questões como a necessidade de infraestrutura tecnológica, a educação dos eleitores e a adaptação dos sistemas existentes precisam ser cuidadosamente planejadas.
A tecnologia, por mais promissora que seja, deve ser integrada de forma que garanta a inclusão e a equidade para todos os participantes do processo eleitoral. Além disso, a complexidade do blockchain pode ser uma barreira para muitos eleitores e autoridades eleitorais. A educação e o treinamento são essenciais para garantir que todos os envolvidos compreendam como a tecnologia funciona e como ela pode ser utilizada de maneira eficaz.
Trago casos interessantes de implementação da tecnologia blockchain em diferentes contextos ao redor do mundo. Por exemplo, o teste de eleição piloto de blockchain em Tsukuba, no Japão, demonstrou um uso promissor da tecnologia, permitindo que cidadãos votassem em programas sociais por meio do My Number Card, um sistema de identificação de 12 dígitos introduzido para todos os cidadãos do Japão em 2015.
O prefeito Tatsuo Ugarashi, inicialmente cético, ficou impressionado com a simplicidade do processo, sugerindo que, se bem implementada, a tecnologia pode aumentar a participação cidadã e a transparência. Em contrapartida, a experiência de Serra Leoa, um dos países mais pobres do mundo, revelou os desafios dessa implementação.
A Comissão Eleitoral Nacional desmentiu a narrativa de que o país teria realizado uma eleição com uso do blockchain, esclarecendo que apenas um teste foi supervisionado, resultando em confusão. Este caso sublinha a importância da comunicação clara para o sucesso de inovações tecnológicas em contextos eleitorais.
Em suma, a união entre tecnologia e política não é apenas uma tendência, mas uma necessidade urgente para a construção de uma democracia robusta e transparente. A implementação de soluções como o blockchain oferece uma oportunidade singular para transformar o processo eleitoral, mas seu sucesso dependerá da capacidade de integrar essa tecnologia de forma eficaz, ética e inclusiva.
A jornada para uma democracia mais transparente e segura é complexa, mas com a abordagem certa, podemos avançar para um futuro em que a confiança nas eleições seja restaurada e fortalecida. Somente assim poderemos moldar um futuro onde todos os cidadãos se sintam verdadeiramente representados e engajados no processo democrático.
*Diego Guareschi é CMO da Hathor.
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