Colheita de soja: aumento de importação da China em relação também ao ano passado (Alexis Prappas/Exame)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 15 de abril de 2021 às 18h44.
Última atualização em 20 de abril de 2021 às 11h48.
A Covantis, plataforma brasileira para o acompanhamento da cadeia produtiva da soja, baseada em blockchain, que foi lançada em fevereiro, já negociou 25 milhões de toneladas de soja nos últimos dois meses.
A plataforma blockchain apoiou acordos que já representam entre 35% e 45% do total de exportações de soja no Brasil, segundo o executivo comercial da Covantis, Sorin Albeanu.
Ele ressaltou desafio de introduzir tecnologias disruptivas em um mercado que funciona da mesma forma há décadas: “Pessoas da América do Sul… Europa, Ásia, América do Norte estão conectadas à plataforma para trocar dados, e isso é apenas o começo. O plano é continuar crescendo para maximizar a liquidez, os fluxos. É um processo… Estamos trazendo inovação para algo que não mudou por décadas”.
O crescimento da plataforma, que reúne gigantes do setor como Bunge, Cargill, Cofco, Louis Dreyfus e Viterra, contou com a adesão de mais dez empresas agrícolas em março.
Atualmente, as empresas que utilizam a plataforma respondem por 75% das exportações de soja e milho registradas no Brasil em 2020.
Para este trimestre, a Covantis promete a chegada de mais quatro ou cinco grupos empresariais, com uma meta de reunir 87% da produção de grãos do país. No segundo semestre, o consórcio espera a chegada de mais 10 produtores para a plataforma.
Inicialmente dedicada à soja, a Covantis já planeja a adesão de produtores de milho. O presidente do Comitê de Contratos da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Marcos Amorim, diz que a plataforma é um desejo antigo dos associados da entidade e pode até ser expandida para o mercado global a partir dos Estados Unidos: “Com a tecnologia de blockchain você consegue manter uma grande base de dados, com segurança e com gasto pequeno”.
O objetivo final da Covantis é reunir toda a exportação de soja no Brasil na plataforma blockchain, que é registrada no ecossistema Ethereum através da ConsenSys, empresa de blockchain que recentemente recebeu aporte milionário de empresas como JPMorgan e Mastercard.