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Bitcoin atinge maior preço em 12 meses com interesse de grandes empresas em cripto

Criptomoeda tem sido beneficiada pelo otimismo entre investidores após empresas tradicionais anunciarem projetos no setor

Bitcoin retomou movimento de alta e valoriza mais de 80% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin retomou movimento de alta e valoriza mais de 80% em 2023 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 23 de junho de 2023 às 13h20.

Última atualização em 23 de junho de 2023 às 15h49.

O bitcoin caminha para encerrar esta semana com uma forte valorização, que continua nesta sexta-feira, 23. Dados da plataforma CoinGecko apontam que a maior criptomoeda do mercado acumula uma alta de 4,4% nas últimas 24 horas e está cotada a US$ 31,16 mil. O valor é o maior do ativo no ano de 2023, representando um ganho acumulado no ano de 87,14%, segundo o CoinMarketCap.

Os dados do CoinGecko também mostram que a alta do ativo está beneficiando o mercado de criptomoedas como um todo, que acumula um ganho levemente menor, de 3,1%, nas últimas 24 horas. Já o ether sobe 2,5% considerando o mesmo período, cotado a US$ 1.927, mas ainda sem atingir o maior valor em 2023. Também estão entre os destaques positivos criptos como Polkadot, Mana e Optimism.

Para Thiago Rigo, analista da Titanium Asset, a alta do bitcoin está ligada a um "otimismo dos investidores com os movimentos de grandes players do mercado financeiro tradicional em direção ao setor de ativos digitais", o que tem "afastado temporariamente às questões macroeconômicas, como os próximos aumentos da taxa de juro americana".

Apenas nos últimos dias, grandes empresas e gestoras de fundos como a BlackRock, WisdomTree e Invesco submeteram pedidos de autorização para lançarem fundos negociados em bolsa (ETF) com exposição ao preço à vista do bitcoin nos Estados Unidos, uma opção de investimento que ainda não existe no país mas que, caso seja autorizada, tende a aumentar a adesão de investidores tradicionais ao mercado cripto.

Outra novidade que animou o mercado foi o lançamento de uma nova corretora de criptomoedas nos Estados Unidos, a EDX Markets. Ela surgiu com o apoio de empresas importantes do mercado tradicional, incluindo a gestora Fidelity, que tem mais de US$ 4 trilhões sob gestão e é a terceira maior do mundo. A exchange espera atrair “líderes do setor” incorporando as melhores práticas de finanças tradicionais e oferecendo vantagens exclusivas.

Outras criptomoedas

Rigo destaca que a alta do bitcoin ofusca a de outras criptomoedas, também conhecidas como altcoins, que estão com performances mais fracas. Ele lembra que as altcoins "historicamente tendem a ser mais voláteis que o bitcoin, subindo mais quando a moeda sobe e vice-versa".

"Porém, no momento atual, essas criptomoedas têm moderado a alta. Isso ocorre principalmente por conta da preocupação com as questões regulatórias nos Estados Unidos, com a SEC fechando o cerco contra as altcoins, que o órgão acredita serem quase todas valores mobiliários", explica o analista. Em processos recentes contra a Coinbase e a Binance, o regulador classificou diversas criptomoedas como valores mobiliários, afetando esses ativos.

"Se a SEC considerar uma altcoin um "valor mobiliário", o órgão pode sancionar a empresa responsável pelo protocolo, comprometendo a capacidade de desenvolvimento da rede ou token. Outro motivo é que a alta do bitcoin tem sido fundamentada pela possível entrada de empresas gigantes, como a BlackRock e a Invesco, nesse mercado. Contudo, até agora a maioria dos movimentos tem seguido no sentido de criar um ETF só de bitcoin, o que num primeiro dá vantagem a maior criptomoeda", ressalta o analista.

Na visão dele, "com a questão regulatória nos EUA ainda pesando sobre o setor, é até possível que a SEC libere um fundo aberto de nitcoin, apesar de isso ainda não ter acontecido. Mas é difícil saber se ela dará o aval para um ETF incluindo essas criptomoedas que, segundo ela, são potencialmente valores mobiliários. Esse pode ser um dos motivos que mantêm as altcoins em altas muito mais conservadoras que movimentos anteriores, performando agora de forma mais fraca ou semelhante ao bitcoin".

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