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Apesar de volatilidade alta, bitcoin se mantém acima de US$ 28 mil após decisão do Fed

Banco central dos EUA adotou postura mais branda; mercado cripto esperava sinalizações mais suaves sobre próximos passos da autarquia, mas manteve preço do bitcoin em US$ 28 mil

Posição do Fed sobre ciclo de juros tem influenciado comportamento do bitcoin (envato/Reprodução)

Posição do Fed sobre ciclo de juros tem influenciado comportamento do bitcoin (envato/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 23 de março de 2023 às 10h51.

Última atualização em 23 de março de 2023 às 14h45.

O bitcoin opera "de lado" nesta quinta-feira, 23, mas segue nos maiores níveis para o ativo desde junho de 2022. A criptomoeda teve um movimento de correção e realização de lucros durante a manhã, após o Federal Reserve suavizar sua postura e subir menos os juros dos Estados Unidos, mas mantendo sinalizações de que está disposto a realizar novas altas se necessário.

De acordo com dados do CoinGecko, a maior criptomoeda do mercado registra uma queda acumulada de apenas 0,6% nas últimas 24 horas, cotada a US$ 28.378.

O desempenho nesta quinta-feira reflete o reposicionamento no mercado após a decisão de juros do Federal Reserve. O banco central norte-americano confirmou a mudança de postura esperada pelos investidores e elevou os juros do país em apenas 0,25 ponto percentual. Entretanto, os integrantes do Fed não suavizaram o discurso contra a inflação tanto quanto o esperado, e deixaram em aberto a possibilidade de realizar novos aumentos.

O posicionamento do Fed deu margem para que os investidores realizassem um movimento de leve correção e também de realização de lucros após o bitcoin acumular uma valorização de mais de 20% em sete dias, superando uma série de opções de investimento tanto no mercado dos EUA quanto no do Brasil.

Para o especialista em criptomoedas e fundador da Financial Move Tasso Lago, a maior criptomoeda do mercado apresenta uma “volatilidade irracional de curto prazo”. “Se espera apenas mais um aumento dos juros, ou seja, o mercado de renda variável tem mais uma vez uma previsibilidade, se o cenário não piorar, este pode ser o fundo. Os mercados de renda variável podem ter uma nova fase de alta, vejo que é um excelente momento para aportes visando os próximos dois três anos”, complementa.

Ele ressalta ainda que o Fed “não pode agressivar tanto na política de juros” e enxergou o pronunciamento de Jerome Powell como “positivo”, classificando o momento como uma “oportunidade gigante” para o investimento nas principais criptomoedas, como o bitcoin.

Entretanto, Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, observa que "há um processo de desinflação em curso. Mas ainda é preocupante, pois ainda não dá sinais claros de convergência para a meta de longa prazo, o que dificulta o trabalho do Fed". Por isso, novos dados de inflação que serão divulgados até maio e possíveis desdobramentos da crise bancária nos EUA poderão alterar a trajetória do Fed, e com isso mudar o comportamento dos investidores.

Alta do bitcoin

A alta do bitcoin ao longo desta quinta-feira, 23, refletiu a crença de parte dos investidores no potencial da criptomoeda como um "ouro digital".

"Os investidores veem o bitcoin como um instrumento de cobertura global não correlacionado, semelhante ao ouro", explicou Henrique Teixeira, head global de novos negócios na Ripio.

Para especialistas, a forte alta do bitcoin em 2023 está ligada à mudança de perspectiva do mercado quanto ao ciclo de alta de juros nos Estados Unidos. Os investidores passaram a projetar uma postura mais branda do Federal Reserve  reforçada após as recentes falências bancárias , com altas menores e possíveis cortes já no segundo semestre.

O cenário favorece ativos considerados mais arriscados, caso das criptomoedas, já que torna a renda fixa americana menos atrativa e reduz temores sobre uma possível recessão na maior economia do mundo. Além disso, outros analistas apontam mais motivos que podem estar ajudando o mercado cripto.

Especificamente no caso do bitcoin, especialistas acreditam que a crise no sistema bancário reforça a tese da criptomoeda, que surgiu como uma alternativa descentralizada no sistema financeiro, e por isso está atraindo investidores. Outros apontam uma possível mudança de visão no mercado, com a ideia de que o bitcoin seria um "ouro digital" ganhando mais adeptos.

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