Future of Money

Bitcoin ou ether: o que comprar após forte queda das criptomoedas?

Para tomar uma decisão bem informada, vamos examinar o cenário atual de cada um dos ativos e suas perspectivas dentro do ciclo

Mercado de criptomoedas voltou a cair em 2024 (Reprodução/Reprodução)

Mercado de criptomoedas voltou a cair em 2024 (Reprodução/Reprodução)

FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 14 de julho de 2024 às 11h45.

Antes de partir para a análise de bitcoin e ether, vou repetir aqui duas perguntas que ouvi muito essa semana:

“Vale a pena começar a comprar mais ou teremos nova correção pela frente?”

“Será que atingimos um fundo de mercado ou entramos em um ciclo de baixa?”

Para aliviar a tensão de vocês, já digo de antemão que não estamos entrando em um inverno cripto. No entanto, correções sempre vão existir, seja no bull market ou, tipicamente, no bear market.

Geralmente, são os mais inexperientes que temem as correções e é natural ficar balançado quando não se conhece a dinâmica. Mas eu já estou nesse mercado há sete anos e, nesse período, tive a oportunidade de vivenciar vários ciclos completos, marcados por uma infinidade de altos e baixos.

O primeiro ciclo completo que encarei foi 2017 e 2018. Na época, o bitcoin passou de US$ 1 mil no início de 2017 para quase US$ 20 mil em dezembro daquele ano.

O salto fez a moeda despertar um enorme interesse da mídia, atraindo investidores de varejo e a atenção dos governos, que começaram a considerar mais fortemente a necessidade de uma regulamentação para a criptoesfera. Após atingir o pico em dezembro de 2017, o preço começou a cair drasticamente, fazendo a moeda voltar ao patamar dos US$ 4 mil.

Outro ciclo completo que acompanhei foi 2020 e 2021. Uma temporada eletrizante marcada por altas explosivas e grande rentabilidade para a carteira, antes de seguir para uma queda expressiva.

Estamos agora passando por um novo ciclo.

Apesar de o bitcoin ter caído para próximo dos US$53 mil no início de julho, ele já deu uma leve recuperada. O gráfico semanal fez um fundo mais baixo que o anterior (fundos assinalados em amarelo no gráfico), mas até aí nada muito preocupante.

Estamos vivendo um momento muito importante. Para vocês visualizarem, desenhei no gráfico acima um retângulo que vai de 1º de julho a 30 de setembro, um intervalo de decisão para o bitcoin.

As setas em azul mostram que temos tanto uma possibilidade de o bitcoin fazer uma base de preço, subir e continuar a sua alta, como entrar em uma tendência de baixa no gráfico semanal. Mas atenção: isso não significa que vamos entrar em um inverno cripto. São duas coisas diferentes.

Por termos esses dois caminhos, precisamos voltar as nossas atenções para o segundo semestre, que deve deixar mais claro quais serão os próximos passos do mercado.

Se olharmos agora para o gráfico diário (abaixo), conseguimos notar um fundo sendo formado. No final de junho e início de julho, o bitcoin caiu dos US$ 63 mil até os US$ 56 mil e depois aos US$ 53 mil. Deu uma recuperada em seguida e agora está em uma zona de decisão. Se o bitcoin ultrapassar a faixa de preço entre as retas amarelas assinaladas no gráfico, existe a possibilidade de buscarmos os US$ 63 mil novamente.

Passemos ao ether, outra moeda em que estou de olho.

Acredito que o ativo esteja precificado de forma justa e positiva, principalmente após a boa valorização resultante da expectativa em torno de seu ETF à vista.

No início e meados de maio, o ether navegou ali no patamar dos US$ 2.800 (assinalado com “1” em amarelo) e saltou com a expectativa da aprovação do ETF pela SEC (assinalado com “2” em amarelo), chegando a superar os US$ 3.900. Passada a especulação, voltou a cair e, no momento em que escrevo, ronda o patamar de US$ 3.100.

Acredito que, dentro das próximas semanas, podemos ver as primeiras negociações de ETFs à vista de ether impulsionando o preço para cima. Na minha opinião, hoje, ele está em um bom ponto de compra.

Alguns especialistas do mercado estão dizendo que o ativo pode bater a sua máxima histórica com o lançamento dos ETFs, superando os US$ 4.800. Existem previsões ainda mais otimistas, como a do banco global Standard Chartered, que fala em US$ 8 mil até o fim deste ano.

O que eu estou fazendo? Acumulando!

Comprei mais US$ 100 mil em ether. Minha meta é vender uma parte quando o preço chegar aos US$ 5 mil.

Muito interessante no ether é a sua versatilidade. O investidor pode usá-lo em outros protocolos para maximizar seus ganhos.

Existem diversas estratégias de maximização, como

  1. Staking: o investidor deposita ether para ajudar a manter a rede segura e funcional. Em troca, é recompensado com mais ether;
  2. Yield Farming: investir ether em plataformas DeFi para fornecer liquidez a pools e ganhar juros ou tokens adicionais como recompensa;
  3. Lending: emprestar ether a outros usuários através de plataformas de empréstimos para ganhar juros.
  4. Airdrops: ganhar tokens gratuitos distribuídos por novos projetos para detentores de ether;
  5. Emprestar e Refinanciar: usar o ether como garantia para obter empréstimos em outras criptos, reinvestindo os empréstimos para gerar mais renda.

Eu aconselho usar essas modalidades de rendimento somente depois de entender profundamente como cada uma funciona, quais são as plataformas mais seguras e analisar se essas estratégias se encaixam nos seus objetivos de investimento.

Não saia colocando seu dinheiro em qualquer protocolo antes de estudar minuciosamente, existem muitas armadilhas e você pode acabar sendo vítima. Muito cuidado e boa sorte!

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube Telegram | TikTok

Acompanhe tudo sobre:BitcoinEthereumCriptomoedas

Mais de Future of Money

ETF de bitcoin da BlackRock já é maior que os 2,8 mil ETFs lançados nos últimos 10 anos

Bilionários do bitcoin lucram R$ 46,2 bilhões em uma semana com disparada após eleição de Trump

Bitcoin pode chegar a US$ 500 mil e "está só no início", projeta gestora

FBI inspeciona casa de fundador do Polymarket e apreende celular e outros eletrônicos