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Bitcoin tem menos volatilidade que ações da Amazon e Meta, aponta estudo

Levantamento mostra que criptomoeda reduziu comportamento volátil nas últimas semanas, apresentando mais estabilidade

Bitcoin valorizou mais de 60% nos primeiros meses de 2023 (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin valorizou mais de 60% nos primeiros meses de 2023 (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 5 de junho de 2023 às 11h15.

O mercado de criptomoedas é conhecido por ter uma alta volatilidade, com grandes variações de preço em períodos curtos de tempo, mas o ativo mais conhecido desse setor tem mudado de comportamento. Um levantamento aponta que o bitcoin reduziu sua volatilidade nas últimas semanas, com seu preço variando menos que o de ações conhecidas.

O estudo da empresa The Block Research mostra que a maior cripto do mundo tem apresentado uma volatilidade menor que a de ações de duas empresas importantes no mundo de tecnologia, a Amazon e a Meta. Considerando a volatilidade anualizada do ativo nos últimos 30 dias, o indicador está na faixa dos 31%, distante do maior nível registrado neste ano, de 71%.

Os dados do levantamento também mostram que a volatilidade do bitcoin iniciou um movimento de queda a partir de abril de 2023. A maior volatilidade já observada no ativo ocorreu em abril de 2020, quando chegou ao nível de 158,12%. Já o menor nível foi registrado em novembro de 2018, com 18,97%.

Ao mesmo tempo, as ações da Meta e da Amazon apresentam uma volatilidade de 44% e 34% no mesmo período, respectivamente. Os dois ativos têm tido uma volatilidade maior neste ano em relação ao mercado de ações como um todo. O índice Dow Jones, que reúne as principais ações na bolsa de Nova York, apresentou volatilidade de 13%.

Isso mostra que, mesmo com uma redução significativa de volatilidade, o bitcoin ainda tem mais variações de preços que a maior parte das ações do mercado dos Estados Unidos. O levantamento do The Block também mostrou que as ações da Apple e o preço do ouro foram menos voláteis que a criptomoeda no período analisado, com índices inferiores a 20%.

A analista Rebecca Stevens, do The Block Research, destacou que a criptomoeda teve um período de forte instabilidade de 2022, com seu preço despencando no mês de maio antes de se recuperar no fim do ano. Entre os fatores que aumentaram a volatilidade do ativo, ela citou o momento ruim a nível macroeconômico e a quebra do ecossistema Terra-Luna.

Baixa volatilidade vai continuar?

Ao mesmo tempo, a queda na volatilidade coincidiu com a proximidade do verão no Hemisfério Norte, que ocorre durante o inverno no Brasil. Tradicionalmente, o bitcoin e o mercado de criptomoedas apresentam baixos volumes de negociação nesse período, ajudando a reduzir a volatilidade. O The Block ressaltou que o verão de 2023 nos EUA pode ser o "mais calmo desde 2020" para o setor.

Em entrevista ao The Block, a vice-presidente da empresa de investimentos LedgerPrime, Laura Vidiella, avaliou que a redução na volatilidade da criptomoeda não representa uma mudança no paradigma de comportamento do ativo ou de como ele é visto por investidores, refletindo apenas um momento ruim no mercado cripto.

"A baixa volatilidade é um reflexo de como o mercado vê os preços neste momento, dadas as informações que o mercado tem. Mas não vejo isso se tornando uma nova norma ainda e espero que as grandes oscilações de preços, junto com a volatilidade, retornem neste outono [no Hemisfério Norte, durante a primavera no Brasil]", comentou.

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