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Bitcoin dispara e ultrapassa US$ 68 mil, com eleições nos EUA e FTX no radar

Maior criptomoeda do mundo retomou trajetória de alta, apoiada por maior apetite ao risco entre investidores

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 16 de outubro de 2024 às 11h00.

Última atualização em 16 de outubro de 2024 às 11h22.

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O bitcoin mantém uma trajetória de alta nesta quarta-feira, 16, disparando e superando a casa dos US$ 68 mil após ter novas valorizações, enquanto é beneficiado por um apetite ao risco maior entre investidores ao redor do mundo. Analistas apontam, porém, que o cenário futuro para a criptomoeda ainda apresenta incertezas.

Dados da plataforma CoinGecko apontam que, por volta das 11h20, o bitcoin acumula alta de 2% nas últimas 24 horas, cotado em US$ 68.165. Já o ether, a segunda maior criptomoeda do mercado, sobe 0,3%, cotado em US$ 2.638. O mercado cripto como um todo registra queda de 1,2% no mesmo período.

Manuel Villegas, analista de ativos digitais do Julius Baer, afirma que a recuperação no preço da criptomoeda é resultado de uma "forte demanda" pelo ativo, com destaque para os fluxos de investimento nos ETFs do ativo disponíveis no mercado dos Estados Unidos.

De acordo com o analista, "nas últimas semanas, assistimos a uma procura sustentada pelos ETFs de bitcoin, que atingiram uma média de cerca de US$ 110 milhões nos últimos 20 dias. Os fluxos líquidos desde o início do ano estão próximos da marca dos US$ 20 bilhões, um feito que poucos produtos alcançaram".

"Os mercados de opções e de futuros perpétuos sugeriram uma recuperação do sentimento [positivo]. Em menos de um mês, acontecerão as eleições nos Estados Unidos e a próxima reunião de juros do Federal Reserve, e a volatilidade deverá permanecer elevada, em linha com os ativos de risco e conforme percebido na torção do VIX Futures para novembro", pondera.

Villegas pontua ainda que a alta recente do bitcoin reflete um movimento de disparada anterior de ações de empresas ligadas ao mundo cripto, como de mineradoras e da MicroStrategy. Ao mesmo tempo, o mercado dá sinais de que é cada vez mais influenciado por projeções sobre as eleições presidenciais nos Estados Unidos.

"As eleições nos EUA tornaram-se importantes para cripto. O aumento de apostas em uma futura administração republicana e as recentes comunicações regulatórias afetaram as perspectivas para o bitcoin", diz. Ele ressalta, porém, que plataformas de apostas que têm influenciado investidores podem estar sofrendo de vieses de usuários que "preferem os republicanos", limitando o potencial preditivo.

Além das eleições, o analista destaca que é preciso ficar atento aos desdobramentos do caso FTX: "Esperamos que os credores recebam uma distribuição em dinheiro e possam potencialmente realocar os valores em cripto, potencialmente compensando o excesso de bitcoins liberados pela [corretora falida] Mt. Gox".

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