Future of Money

Patrocínio:

Design sem nome (2)
LOGO SENIOR_NEWS

Bitcoin e os ventos da economia global: por que isso é um bom sinal

Entenda como o bitcoin, ativo que nasceu à margem do sistema tradicional, hoje reage a eventos macroeconômicos de forma cada vez mais similar a ativos consolidados

 (Reprodução/Reprodução)

(Reprodução/Reprodução)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 20 de abril de 2025 às 10h00.

Tudo sobreBitcoin
Saiba mais

Por Guilherme Prado*

Nos últimos anos, eventos macroeconômicos — como decisões de política monetária dos Estados Unidos, inflação global ou crises bancárias — têm provocado ondas de volatilidade no mercado financeiro. Até aí, nada novo. O que chama atenção, porém, é como o bitcoin, ativo que nasceu à margem do sistema tradicional, hoje reage a esses eventos de forma cada vez mais similar a ativos consolidados. Para alguns, isso pode parecer uma “domesticação” do criptoativo. Para outros — e é aqui que me posiciono — esse é um ótimo sinal.

O caso mais recente é ilustrativo: o anúncio do novo pacote de tarifas comerciais de Donald Trump provocou uma queda imediata de cerca de 7% no preço do bitcoin. No entanto, quando o ex-presidente voltou atrás, suspendendo temporariamente a medida por 90 dias, o bitcoin recuperou-se com força, subindo mais de 6%. Esse tipo de reação — típica de ativos amplamente negociados e integrados ao mercado global — mostra que o bitcoin hoje está na linha de frente da sensibilidade macroeconômica.

  • O JEITO FÁCIL E SEGURO DE INVESTIR EM CRYPTO. Na Mynt você negocia em poucos cliques e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Compre as maiores cryptos do mundo em minutos direto pelo app. Clique aqui para abrir sua conta gratuita.

O bitcoin está, cada vez mais, inserido na realidade financeira das pessoas. Nos Estados Unidos, por exemplo, uma pesquisa recente do Pew Research Center mostrou que cerca de 17% dos adultos afirmam já ter comprado ou negociado criptomoedas. Isso coloca o bitcoin à frente de ativos tradicionais como ouro físico, cujo investimento direto por pessoa física é bem menos expressivo. O dado mais interessante é que essa adoção não se limita a um grupo específico: ela se espalha por diferentes faixas etárias, níveis de renda e perfis de risco.

Esse movimento de adesão é reflexo de algo maior: a maturidade crescente do mercado cripto. A entrada de investidores institucionais — com gestoras como BlackRock e Fidelity criando ETFs de bitcoin — mudou o perfil do mercado, trouxe mais liquidez e ajudou a reduzir a volatilidade extrema que caracterizava os primeiros anos da moeda. O bitcoin deixou de ser apenas um experimento ou uma aposta ousada para se tornar uma peça relevante na estratégia de diversificação de carteiras.

Além disso, a forma como o bitcoin tem reagido a eventos macroeconômicos reforça a tese de que ele está se consolidando como uma reserva de valor alternativa. Em momentos de incerteza ou perda de confiança em instituições financeiras tradicionais, o bitcoin volta a ganhar força — como vimos durante as crises bancárias regionais nos EUA em 2023, ou mais recentemente, com o aumento das tensões geopolíticas. Há uma crescente percepção de que o bitcoin funciona como um “porto seguro digital”, uma alternativa não sujeita à impressão de moeda ou controle estatal.

Esse amadurecimento também se reflete no discurso ao redor do ativo. Se antes as conversas sobre bitcoin eram dominadas por promessas de enriquecimento rápido ou utopias libertárias, hoje o foco está em fundamentos, tese de investimento e alocação estratégica. Esse é um bom sinal: mostra que o ativo deixou de ser visto como um “outsider rebelde” e passou a ser analisado sob a mesma ótica crítica (e criteriosa) de qualquer outro ativo financeiro relevante.

É claro que o bitcoin ainda enfrenta desafios. A regulação é um deles, e há um caminho a ser trilhado para garantir segurança jurídica sem comprometer a inovação. Mas mesmo nesse aspecto, vemos avanços: países como os EUA e membros da União Europeia têm caminhado para criar marcos regulatórios mais claros, o que tende a fortalecer ainda mais a confiança institucional no ativo.

No fim das contas, o fato de que o bitcoin hoje reage a decisões do Federal Reserve, anúncios tarifários de um ex-presidente ou aos indicadores de inflação não é um sinal de fraqueza — é um sinal de que ele está, definitivamente, na mesa dos grandes.

*Guilherme Prado é country manager da Bitget.

Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | X | YouTube Telegram | Tik Tok  

Acompanhe tudo sobre:BitcoinCriptomoedasCriptoativosFinanças

Mais de Future of Money

Da criação de bancos (BaaS) à moeda própria: o avanço das stablecoins no Brasil e no mundo

Cripto no caixa: a nova fronteira dos investimentos corporativos

Regulação de stablecoins nos EUA cria 'guerra' entre bancos e empresas de cripto

Stablecoins e a infraestrutura do futuro: conheça a nova oportunidade de trilhões