Repórter do Future of Money
Publicado em 15 de outubro de 2024 às 10h41.
Última atualização em 15 de outubro de 2024 às 11h01.
O bitcoin mantém uma trajetória de alta nesta terça-feira, 15, refletindo um apetite ao risco maior entre investidores após uma combinação de notícias positivas vindas da China e dos Estados Unidos. Com isso, a criptomoeda tem um cenário favorável no curto prazo e pode inclusive caminhar para superar o seu recorde de preço atual, em US$ 73 mil.
Dados da plataforma CoinGecko apontam que o bitcoin acumula alta de 3,6% nas últimas 24 horas, cotado em US$ 67.504. Já o mercado cripto como um todo valoriza 1,6%. No mesmo período, o ether registra um crescimento maior, de 4,1%, cotado a US$ 2.670.
Lucas Josa, analista da Mynt, a plataforma cripto do BTG Pactual, afirmou durante o Morning Call da empresa nesta terça-feira que o bitcoin teve um "movimento de alta muito forte", com um volume de compra "muito bom vindo do lado à vista. Esse movimento de recuperação não foi puxado apenas pelo mercado futuro, foi muito puxado pelo mercado à vista".
Josa vê uma "exaustão de venda" no mercado e uma visão entre investidores de que o patamar de preço abaixo de US$ 60 mil é um "piso da faixa de negociação" do ativo e do mercado como um todo. Ao ser atingido no final da última semana, o patamar de preço abriu margem para a nova valorização.
"O bitcoin conseguiu romper patamares importantes de preço de uma vez. O patamar de US$ 64,8 mil deve atuar como suporte para o ativo e a próxima região para romper é de US$ 66,3 mil. Se isso ocorrer, acredito até que o ativo consegue ganhar um pouco mais de força para chegar a um novo recorde de preço sem muita dificuldade", projeta.
João Galhardo, que também é analista da Mynt, ressalta que "a gente começou a ver mais atividade em torno dos ETFs de bitcoin, além de atividade em blockchain em torno dessa região [de preço de US$ 59 mil], mostrando que há um interesse institucional e de varejo em adquirir bitcoin nessa faixa, indicando que o bitcoin abaixo de US$ 60 mil pode ser visto como uma barganha".
"Pode ser o início de uma tendência de alta, mas ainda existem alguns aspectos relevantes que devem ficar em consideração, como potenciais escaladas do conflito no Oriente Médio, que podem reduzir a aversão ao risco entre investidores. Porém, resistências importantes foram rompidas", afirma.
No momento, o apetite maior ao risco pelos investidores reflete uma expectativa de maior liquidez no mercado, tanto devido ao movimento de corte de juros nos Estados Unidos e chances menores de uma recessão no país quanto pelo anúncio da China sobre uma injeção trilionária de capital em sua economia.