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Bitcoin ainda pode voltar para US$ 105 mil? Entenda

Não é excesso de otimismo: dados on-chain mostram que o ciclo de alta pode surpreender

 (Reprodução/Reprodução)

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FP
Felippe Percigo

Especialista em criptoativos

Publicado em 15 de março de 2025 às 10h00.

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Correções acentuadas no mercado cripto são sempre um prato cheio para os pessimistas de plantão. Tem muita gente já temendo um bear market — mas não é isso que os dados da blockchain nos mostram.

É verdade que o governo de Donald Trump está mexendo com os nervos do mercado e ainda não trouxe mudanças positivas concretas. Assim como muitos de vocês, eu também estou com o pé atrás.

Um dos fantasmas recorrentes no debate econômico é o risco de recessão — com o JP Morgan elevando a projeção de 30% (janeiro de 2025) para atuais 40%.

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O assombro se une à tensão criada pelas batalhas comerciais encabeçadas pelo presidente americano e a preocupação em torno da inflação.

Todo esse clima de medo afasta os investidores de ativos de risco, como as criptomoedas.

Apesar da turbulência, as métricas on-chain mostram que o ciclo de alta se sustenta e existe a possibilidade de novas valorizações pela frente. Será que o bitcoin ruma aos US$ 105 mil?

Vamos entender isso avaliando alguns indicadores-chave nesta coluna.

Análise on-chain

A análise on-chain examina dados da blockchain para identificar padrões de comportamento dos investidores e tendências. Essas informações ajudam a avaliar se o mercado está em fase de acumulação, distribuição ou realização, trazendo uma visão mais precisa dos ciclos das criptomoedas.

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Supply do bitcoin

O gráfico a seguir relaciona a porcentagem de bitcoin não movimentada há mais de um ano (linha laranja) com o preço da moeda (linha preta). À medida que a proporção de bitcoin inativo aumenta, a escassez no mercado cresce, pressionando a valorização do preço.

O gráfico indica que os holders de longo prazo não estão vendendo em grande escala. Atualmente, mais de 60% do supply total de bitcoin não se move há pelo menos um ano, indicando confiança na valorização futura. Portanto, a métrica segue saudável.

Vale lembrar que correções mais acentuadas são normais no verão cripto e aconteceram de forma semelhante em ciclos de alta anteriores. Não precisamos nem ir muito longe. Entre março e agosto de 2024, o bitcoin sofreu uma forte correção, se recuperando até alcançar um novo topo histórico.

MVRV

Além disso, observamos que o MVRV (Market Value to Realized Value) está próximo de 2. O indicador compara o valor de mercado do bitcoin (preço atual) com seu valor realizado (preço médio pago pelos investidores).

Em termos históricos, apenas quando o MVRV cai abaixo de 1, o mercado tende a entrar em território de bear market, refletindo um sentimento negativo e a realização de perdas pelos investidores.

Liquidez global

A quantidade de dinheiro disponível no sistema financeiro global, ou liquidez global, é outro fator que apoia a ideia de que o ciclo de alta não acabou.

Apesar dos temores de recessão, dados da CrossBorderCapital mostram que os níveis globais de liquidez continuam a subir progressivamente.

E por que isso é importante?

A liquidez global robusta aumenta a disponibilidade de capital e incentiva os investidores a buscar ativos mais arriscados, de olho em retornos maiores.

O ambiente facilita o acesso ao crédito e reduz os custos de financiamento, impulsionando a demanda por criptos.

A CrossBorderCapital se refere ao bitcoin como “excelente termômetro da liquidez global”. No gráfico abaixo, notamos que, em períodos de alta disponibilidade de capital, o bitcoin tende a reagir com valorizações expressivas.

Por outro lado, quedas abruptas no bitcoin podem acontecer mesmo com fluxo monetário estável, indicando influência de outros fatores como regulamentações ou sentimentos de risco.

Para ficar de olho

Dados on-chain mostram que as baleias, como são chamados os grandes detentores de bitcoin, estão acumulando moedas, reforçando a tese de que esses players estão se posicionando para uma alta. Esse acúmulo não só reduz a oferta circulante, mas também sinaliza confiança no cenário futuro.

O governo americano deu os primeiros passos para a sua reserva nacional de bitcoin ultrapassar 1 milhão de moedas, um estoque que pode mudar a dinâmica do mercado.

Em um contexto de inflação em queda nos EUA, na reunião do FOMC no próximo dia 19, vamos entender se o Fed está inclinado a rever sua posição mais conservadora sobre os cortes de juros, migrando para um ciclo sustentado de redução das taxas ao longo de 2025. Esses cortes podem funcionar como catalisadores para novas valorizações.

Importante lembrar que a SEC, sob nova administração, tem se mostrado disposta a inaugurar uma era regulatória mais amigável à criptoesfera. A reguladora reúne a sua recém-criada Força Tarefa Cripto no próximo dia 21.

É fato que jamais poderemos ignorar ou subestimar os riscos macroeconômicos, hoje entre batalhas tarifárias, incertezas sobre políticas do governo Trump e a preocupação com a inflação. Mas a história ensina que momentos de medo generalizado são justamente os melhores para acumulação estratégica de ativos.

Com a oferta de bitcoin cada vez mais reduzida e a demanda sustentada, US$ 105 mil por bitcoin não parece um alvo absurdo. Enquanto o mercado reage emocionalmente às notícias negativas, investidores bem informados voltam o foco para métricas concretas. E elas apontam que vem oportunidade por aí. Prepare-se!

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