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Clientes da Binance retiram quase US$ 4 bilhões da corretora em meio a temores

Empresas iniciaram onda de saques após informações de que a corretora de criptoativos pode ser processada nos EUA

Movimento está ligado às notícias de que procuradores nos EUA podem processar a Binance e seu CEO (Reprodução/Unsplash)

Movimento está ligado às notícias de que procuradores nos EUA podem processar a Binance e seu CEO (Reprodução/Unsplash)

A Binance, maior corretora de criptoativos do mundo, está passando por uma onda de saques nas últimas 24 horas. De acordo com dados da plataforma Defillama, os clientes da exchange já retiraram ao menos US$ 3,55 bilhões (R$ 18,81 bilhões, na cotação atual).

Andrew Thurman, técnico da plataforma de inteligência de mercado Nansen, fez um post no Twitter na segunda-feira, 12, que aponta que o movimento ganhou força com grandes empresas que possuem fundos na Binance.

A Jump Trading, por exemplo, teria sacado US$ 135 milhões da corretora de criptoativos, enquanto a Wintermute retirou US$ 10 milhões em uma hora. Thurman atribuiu o movimento a um crescimento do chamado "FUD", termo que significa "medo, incerteza e dúvida".

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O FUD representa situações em que investidores acabam sendo influenciados por análises, temores, previsões ou até mesmo boatos ao realizar decisões no mercado. Para Thurman, o movimento atual pode estar reduzindo a liquidez da corretora de criptoativos devido à falta de entrada de novos fundos.

O analista também observou que a Binance possui quase US$ 65 bilhões em suas carteiras, e que portanto o volume atual de saques não levaria a uma quebra. A FTX chegou a registrar níveis de retirada semelhantes e foi forçada a congelar saques devido à falta de liquidez e, depois, entrar com um pedido de falência. Entretanto, a corretora tinha um volume financeiro menor que o da Binance.

O movimento está ligado às notícias divulgadas na segunda-feira de que procuradores nos Estados Unidos podem processar a Binance e seu CEO, Changpeng Zhao, devido a um aparente descumprimento das leis sobre lavagem de dinheiro no país.

Autoridades norte-americanas apuram se a corretora de criptoativos foi usada para burlar regras sobre o tema. De acordo com a Reuters, os procuradores ainda estão divididos sobre entrar ou não com um processo tendo como base as informações coletadas até o momento.

Sobre o possível processo, a Binance afirmou à EXAME que "como foi amplamente divulgado, os reguladores estão fazendo uma revisão abrangente de todas as empresas de cripto, no que diz respeito a muitas questões similares".

"Essa indústria nascente cresceu rapidamente e a Binance vem demonstrando seu compromisso com segurança e compliance, realizando grandes investimentos em sua equipe, assim como em ferramentas e tecnologias usadas para detectar e impedir atividades ilícitas", destacou a exchange.

Já sobre as retiradas, a empresa afirmou que "pessoas depositam e sacam recursos todos os dias por diversos motivos diferentes. Os ativos do usuário na Binance são todos lastreados 1:1 e a estrutura de capital da Binance não tem dívidas. Mantemos saldos nas hot wallets (carteiras quentes, conectadas a uma rede) para garantir que sempre tenhamos fundos mais do que suficientes para atender às solicitações de saque e, conforme necessário, recompomos os saldos destas carteiras".

O CEO da corretora de criptoativos usou o Twitter para falar sobre o movimento de retirada nas últimas horas: "o FUD nos ajuda a crescer, mesmo que seja completamente irritante. Você não pode espalhar FUD sobre alguém sem mencionar explicitamente seu nome, o que te torna mais conhecido. Também ajuda a unir seus apoiadores porque forma uma aliança de defesa comum".

"Vimos algumas retiradas hoje (saldo líquido de US$ 1,14b bilhão). Nós vimos isso antes. Alguns dias temos retiradas líquidas; alguns dias temos depósitos líquidos. Negócios como de costume para nós", disse Zhao em outro post.

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