Banco Central é o responsável por regular mercado de criptomoedas (Marcelo Casal/Agência Brasil)
Repórter do Future of Money
Publicado em 20 de maio de 2024 às 14h10.
O Banco Central anunciou nesta segunda-feira, 20, os próximos passos da criação de uma regulamentação específica para as empresas de criptomoedas que atuam no Brasil. A entidade foi definida como o regulador do setor após a aprovação do Marco Legal das Criptomoedas, que entrou em vigor em 2023.
O processo de criação de regras específicas para as empresas de cripto no Brasil faz parte da chamada etapa de regulamentação infralegal. Em comunicado, o BC explicou que pretende dividir a criação dessas regras em fases, dividindo pelos diferentes segmentos que existem no setor.
Pelo Marco Legal das Criptomoedas, as empresas do setor precisarão de uma autorização do Banco Central para operarem, enquadradas na categoria de Provedores de Serviços de Ativos Virtuais (VASPs, na sigla em inglês). O processo, agora, é de definição dos requisitos para a obtenção da licença.
O BC concluiu neste ano a sua primeira consulta pública sobre o assunto. Segundo o comunicado, a ideia é realizar "processos de revisão e sofisticação gradual, acompanhando a evolução da compreensão dos reguladores e as ações propostas por organismos internacionais. Em paralelo, o BC tem intenção, contando com o apoio de órgãos reguladores, como a CVM, de lidar com aspectos relativos a ativos virtuais específicos".
As próximas fases definidas pelo Banco Central serão:
Com a conclusão dessas etapas, ocorrerá o "aproveitamento das contribuições e o fechamento das propostas normativas no fim de 2024".
O objetivo do Banco Central é "reforçar a proteção ao investidor de ativos virtuais, estabelecendo regras que confiram e exijam maior transparência em relação aos benefícios e riscos associados a esses investimentos".
Nagel Lisanias Paulino, que atua no Departamento de Regulação do Sistema Financeiro da autarquia, disse que "o papel crucial da regulação é ampliar as informações relativas a práticas inadequadas que se utilizem desses ativos e venham a prejudicar os consumidores e os agentes atuantes no segmento em casos de golpes e fraudes".
"A regulamentação visa oferecer requerimentos mínimos para que os prestadores de serviços de ativos virtuais desempenhem as suas atividades, dedicando-se também a prover práticas adequadas ao lidar com seus clientes. A ideia é evoluir na construção dos atos normativos que tratarão dos prestadores de serviços de ativos virtuais, incluindo aspectos de negócio e de autorização", destacou.
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