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Banco Central planeja Pix Internacional, Automático e em marketplaces; entenda

Diretor da autarquia revelou projetos em desenvolvimento para o sistema de pagamentos instantâneos do BC

Pix deve ganhar novas funcionalidades nos próximos anos (Banco Central/Divulgação)

Pix deve ganhar novas funcionalidades nos próximos anos (Banco Central/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 6 de junho de 2023 às 11h41.

O Pix, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, já é um sucesso entre a população brasileira, superando em poucos anos alternativas tradicionais como o boleto bancário e o cartão de crédito. Mas os planos da autarquia para a ferramenta ainda não acabaram. Nesta terça-feira, 6, a organização revelou quais novidades já estão em desenvolvimento para o curto e médio prazo.

Durante sua participação no evento Criptorama Brasília 2023, Carlos Brandt, executivo do Banco Central responsável pela operação do Pix, destacou que o sistema é um "projeto contínuo, com uma evolução continuada ao longo do tempo para que possa sempre estar oferecendo o que tem de melhor em opções de pagamento para a sociedade. Não tem começo meio e fim".

Ao mesmo tempo, a ferramenta já obteve uma sequência de recordes: R$ 1 trilhão por mês movimentados, mais de 3 bilhões de transações por mês, 140 milhões de usuários adultos (81% da população) e 13 milhões de empresas (79% do total no Brasil). Mesmo com uma rápida adoção inicial, Brandt ressaltou que o processo de adesão ao sistema continua, com destaque para o crescimento entre empresas nos primeiros meses de 2023 - os pagamentos entre pessoas e empresas passaram de 5% do total para 29% neste ano.

Brandt reconhece que, hoje, "o Pix não serve ainda para qualquer tipo de pagamento. Estamos no caminho, é uma construção, para que possa ir incorporando o Pix para outros casos de uso que ainda não atende ou que não atende bem. A ideia é fazer essa ampliação, incorporando novas tecnologias e considerando as novas necessidades da sociedade".

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Pix Automático

Brandt revelou que, atualmente, o Banco Central trabalha no chamado Pix Automático. A ideia é ter uma funcionalidade voltada tanto para negócios digitais quanto estabelecimentos físicos que permitirá a realização de pagamentos de forma recorrente, trabalhando as diferentes dinâmicas de acesso que o sistema atualmente possui.

"É um produto muito complexo, com flexibilidade para atender diferentes necessidades e casos de uso, com um cenário de ampla competição, com múltiplos agentes podendo oferecer esses serviços, produtos", explicou o executivo. Atualmente, não há uma previsão oficial de lançamento da nova funcionalidade, mas a ideia é "aproveitar o que nós já temos entregue para a sociedade".

Marketplaces

Outra funcionalidade que está em desenvolvimento pelo Banco Central um conjunto de soluções específicas para marketplaces. Atualmente, esses ambientes já usam o Pix e possibilitam a realização de pagamentos nas compras, mas Brandt observa que eles possuem "dinâmicas específicas", que acabam demandando soluções também específicas de uso.

A primeira medida em análise é para o chamado DVP (Entrega contra Pagamento). A ideia é que os vendedores de um marketplace apenas recebam os pagamentos depois que os produtos são efetivamente entregues para o comprador, o que demandará uma retenção temporária do pagamento, com o marketplace atuando como um intermediário. Outra solução é para os "carrinhos de compra", permitindo uma forma "segura e transparente" de comprar múltiplos produtos, de diferentes vendedores, com pagamento via Pix.

Pix Internacional

O último projeto em desenvolvimento é o Pix Internacional, uma solução do Banco Central para tornar as transferências para outros países "mais eficientes e baratas", comenta Brandt. "Hoje tem desafios de alto custo, baixa velocidade, acesso limitado e falta de transparência. A ideia é usar o Pix para superar esses desafios", explica o executivo.

Atualmente, a autarquia estuda duas formas diferentes de lançar esse recurso. A primeira envolveria uma integração direta com sistemas de pagamentos já usados em outros países. Outra seria conectar a ferramenta com iniciativas existentes no mercado que interligam sistemas nacionais de pagamentos, realizando uma conexão indireta.

Brandt também afirmou que o Pix, o Open Finance e o Real Digital "têm muita sinergia e convergem para algo que vai nos permitir oferecer um conjunto muito completo de soluções para nossos usuários, toda a sociedade,e atender as nossas necessidades para criar um ambiente de pagamentos muito forte e interessante".

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