Mineração do bitcoin faz parte do mecanismo de prova de trabalho da rede (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 15 de junho de 2023 às 11h31.
As autoridades do Paraguai identificaram e encerraram uma operação ilegal de mineração de criptomoedas que estava desviando parte da energia elétrica fornecida no município de Hernandarias, no estado do Alto Paraná. A operação ocorria em um antigo motel em "estado de abandono".
Em um comunicado sobre a operação, a Equipe Multissetorial de Combate às Perdas Elétricas, vinculada à Administração Nacional de Eletricidade, informou que realizou uma ação contra a atividade ilegal no dia 8 de junho, em reposta a uma denúncia sobre "possível ligação clandestina" à rede de eletricidade.
Ao chegar ao local, oficiais da equipe identificaram uma "conexão direta com um medidor trifásico de média tensão de três transformadores, um deles com um poder de 1.000 kVA e os outros dois sem placa, mas com características semelhantes ao primeiro".
De acordo com as autoridades, a operação de mineração no local funcionava 24 horas por dia e tinha cerca de 1,5 mil processadores. Todos os equipamentos foram apreendidos, e a ligação ilegal com a rede elétrica foi encerrada. Também foram interditadas oito casas irregularmente ligadas ao motel.
Os responsáveis pelo crime foram multados em 14 bilhões de guaranis, a moeda local do Paraguai. Em reais, a multa ultrapassou os R$ 9 milhões. Os criminosos foram denunciados a partir da lei sobre furto de energia elétrica, já que não há uma legislação específica sobre a mineração de criptomoedas.
O processo de criação de uma nova criptomoeda pode ser feito de diferentes formas. Uma das primeiras versões envolve a chamada prova de trabalho, ou proof-of-work, que é usada na rede do bitcoin. Nela, os chamados mineradores competem entre si para tentar resolver algoritmos matemáticos complexos, cuja resolução dá direito a validar transações que serão registradas no blockchain, em troca de uma recompensa.
O grau de dificuldade dessa operação varia, dependendo do próprio número de mineradores interessados, na quantidade de transações que precisam ser validadas e das taxas que os responsáveis por essas transações estão dispostos a pagar aos mineradores. Por isso, quanto mais complexa for a operação, mais energia elétrica é demandada para operar o sistema.
As conexões ilegais com redes elétricas acabam se tornando uma forma de contornar os gastos e maximizar os lucros com as operações. Entretanto, exatamente por serem ilegais, abrem margem para a ação de autoridades, podendo levar ao fim dessas operações. Recentemente, o Paraguai intensificou as ações contra esse tipo de crime.
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