Ethereum concluiu atualização Shanghai em 12 de abril (Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 22 de setembro de 2023 às 11h25.
Última atualização em 22 de setembro de 2023 às 11h25.
O banco JPMorgan divulgou um relatório na última quinta-feira, 21, um relatório em que afirma que a atualização Shanghai da Ethereum, que ocorreu em abril, não foi capaz de impulsionar a atividade no blockchain, que atualmente é um dos principais e maiores do mercado.
A atualização Shanghai foi uma consequência direta de outra atualização, o The Merge, realizado em setembro do ano passado. Nela, houve uma mudança do mecanismo de consenso da rede, passando da prova de trabalho para a prova de participação (proof-of-stake, na sigla em inglês).
No relatório, os analistas do banco reconheceram que essa mudança resultou em uma queda no consumo de energia na Ethereum, que "declinou mais de 99%". Por outro lado, os dados reunidos pelo JPMorgan mostram que "a oferta de ether diminuiu e o staking aumentou acentuadamente".
O staking é uma atividade que envolve o novo mecanismo de consenso. Nele, os usuários precisam depositar uma cetra quantia de ethers no blockchain para atuarem como validadores, recebendo uma recompensa em criptomoeda em troca. A atualização Shanghai foi realizada em seguida.
Antes dela, os valores depositados e os recebidos pelas validações estavam bloqueados na Ethereum, e não podiam ser sacados. Foi graças à atualização que essa dinâmica mudou, permitindo os saques e implementando uma fila com ordem de processamento dos pedidos, além de um limite máximo diário que pode ser retirado.
Entretanto, o JPMorgan destaca que, desde então, "o aumento da atividade na rede foi bastante decepcionante". De acordo com dados do banco, o número de transações diárias no blockchain caiu 12% desde a atualização, enquanto o número de endereços diários ativos recuou 20%.
Já o valor total bloqueado (TVL) em aplicativos de finanças descentralizadas (DeFi) que operam na Ethereum registrou uma queda de quase 8%. Na visão do banco, esses recuos refletem a atuação de "forças de quedas" que operam no mercado desde 2022, incluindo falências de empresas cripto, ações de reguladores nos EUA e a alta global de juros.
Nesse sentido, a avaliação do JPMorgan é que os fatores negativos acabaram superando o possível impacto positivo que a atualização Shanghai teve. Ao mesmo tempo, o relatório aponta alguns números positivos após a mudança. O principal foi o salto de 50% na atividade de staking desde então.
Para o JPMorgan, esse crescimento é benéfico para a Ethereum ao aumentar a segurança na rede. Por outro lado, "a parcela [no total de ativos em staking] dos protocolos de staking líquidos, como o Lido, permanece desconfortavelmente alta, levantando questões sobre a centralização" da rede.
Segundo o banco, a próxima atualização do blockchain, prevista para o último trimestre deste ano, pode ajudar a impulsionar a atividade da rede, mas "as contínuas forças de queda no mercado cripto continuaram atuando como ventos contrários" nesse cenário.
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