Future of Money

Atualização do Ethereum pode provocar alta no preço da criptomoeda

Atualização London acontece nesta semana e terá mudanças relacionadas às taxas e velocidade da rede que poderão impactar no preço da criptomoeda

 (SOPA Images/Getty Images)

(SOPA Images/Getty Images)

GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 3 de agosto de 2021 às 13h26.

Última atualização em 5 de agosto de 2021 às 11h47.

A nova atualização da rede Ethereum, que deve acontecer nesta quarta-feira, 4, provocará algumas mudanças no blockchain que, segundo especialistas, podem provocar um aumento no preço da segunda maior criptomoeda do mundo.

Chamada London, a atualização traz algumas mudanças importantes à rede que atualmente hospeda a maioria das criptomoedas em circulação - em especial aquelas ligadas às aplicações de finanças descentralizadas (DeFi) e NFTs.

Uma dessas mudanças, a EIP-1559, é a que pode causar maior impacto no preço do criptoativo. Ela vai dividir os cerca de 13 mil ETH que são emitidos diariamente para pagamento dos mineradores em três partes. Uma delas, a taxa básica, que os usuários da rede pagam quando realizam transferências, serão tiradas de circulação e removidas do blockchain.

Esse processo, chamado de "queima", vai impactar a quantidade de ether em circulação, podendo reduzir a oferta do ativo e, consequentemente, aumentar o seu preço. "A atualização London é uma das mais importantes e interessantes da história do Ethereum", disse, à Bloomberg, o cofundador da Multicoin Capital, gestora de investimentos que tem exposição ao ether. Segundo ele, a redução da oferta é um caminho para o aumento de preços através do aumento da escassez.

Para Tim Beiko, coordenador do grupo de desenvolvedores da rede Ethereum, essa taxa básica que será removida equivale a algo que varia entre 25% a 75% das taxas pagas aos mineradores. Segundo ele, quando tiradas de circulação, o aumento anual de ether em circulação, que hoje gira em torno de 4%, vai ser menor. Segundo ele, a novidade também deverá tornar as taxas da rede mais previsíveis e as transações mais rápidas.

"[A atualização London] vai melhorar a experiência do usuário de forma geral porque, em teoria, haverá menos falhas nas transações", disse Katie Talati, da gestora de criptoativos Arca, também à Bloomberg.

    Além da queima que começará com a atualização London, a oferta de ether pode diminuir ainda mais no ano que vem, quando a rede Ethereum provavelmente mudará o seu mecanismo de consenso do atual proof-of-work (ou "prova de trabalho") para o proof-of-stake - no novo sistema de validação, as recompensas são pagas para computadores que tiverem ativos armazenados como garantia na rede (staking), e não mais para computadores competindo pela solução mais rápida de um problema matemático. Além de diminuir o consumo energético da rede, reduzirá também a emissão de novas unidades de ether.

    Isso, entratanto, só acontecerá no lançamento do Ethereum 2.0, provavelmente no primeiro trimestre de 2022, mas ainda sem data definida. A atualização London, por sua vez, deve acontecer na quarta-feira, dia 4, ou no dia seguinte, dependendo de quando o sistema atingir um determinado ponto da cadeia de blocos para o qual a atualização está programada.

    O aumento de preços, por outro lado, não é unanimidade entre especialistas. Com alta de mais de 10% na última semanas, alguns afirmam que a atualização já está precificada e que o impacto das mudanças no curto prazo serão pouco significativos. Atualmente, o ether é negociado a 2.500 dólares no mercado internacional.

    Acompanhe tudo sobre:BlockchainCriptomoedasEXAME-no-Instagram

    Mais de Future of Money

    Evento reúne BC, CVM e mercado para debater futuro da economia digital no Brasil

    Tokenização de venture capital: mais autonomia ao investidor

    À vista ou a prazo? Pix ou Drex? A evolução dos pagamentos na visão da Cielo

    ETF de bitcoin da BlackRock já é maior que os 2,8 mil ETFs lançados nos últimos 10 anos