Uni é uma das criptomoedas para ficar de olho em março (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 25 de junho de 2023 às 11h01.
As stablecoins, criptomoedas de valor estável que podem acompanhar o valor de uma série de ativos, incluindo o dólar, surgem como uma boa opção de dolarização principalmente para os latinoamericanos. Isso fez com que empresas do setor, como a Ripio, mudassem o seu foco para este tipo de ativo em 2023.
Na Argentina, que enfrenta uma inflação alta e a desvalorização da moeda local, o uso das stablecoins se faz necessário tanto para pessoas quanto empresas para proteger o seu patrimônio da flutuação da moeda local, além de realizar pagamentos e transações.
“Hoje na Argentina por exemplo uma pessoa pode comprar apenas US$ 200 dólares por mês. É muito pouco. E no mundo cripto você pode dolarizar domesticamente com cripto. Empresas usam stablecoins para pagar por um serviço, um salário, etc”, disse Matías Dajcz, vice-presidente da Ripio Select, serviço da empresa para clientes institucionais e de alta renda.
“A Argentina é o caso de uso perfeito para stablecoins”, acrescentou Matías, durante uma coletiva de imprensa realizada no evento Modular Summit na última quinta-feira, 22.
Segundo Bernardo Teixeira, COO da Ripio, o foco da empresa para 2023 será em stablecoins e clientes instituicionais, pois “em mercados de baixa é muito difícil conseguir clientes do varejo” e também pelos resultados e casos de uso implicando as stablecoins.
“Muita empresa que quer fazer pagamentos institucionais percebe que está saindo mais barato em cripto do que fazer o câmbio. Além do volume que a gente vê em transações, também vemos empresas como Circle, Visa e Mercado Livre em um evento como esse. Por mais que o varejo tenha saído, o institucional ainda vê valor nesse mercado”, disse Bernardo.
A Ripio Select, que oferece as principais criptomoedas e stablecoins do mercado, é o negócio da Ripio que mais cresce atualmente, segundo os executivos. As transações em stablecoins, inclusive, representam mais de 90%.
“O negócio corporativo é o que mais está crescendo, em especial depois de tudo o que aconteceu o ano passado com a FTX. O negócio B2B da Ripio Select é o que está performando melhor”, disse Matías Dajcz.
Dos cerca de US$ 100 milhões que a Ripio movimenta hoje como um todo, cerca de 45% do volume vem da Ripio Select. Dentro do serviço, oferecido no Brasil, Argentina, México, Colômbia, Uruguai e EUA, a Argentina corresponde sozinha por 70%, segundo Dajcz.
A empresa, no entanto, tenta se adaptar às diferenças no perfil do cliente latinoamericano. Enquanto os argentinos e colombianos buscam por proteção contra a inflação e costumam investir em criptomoedas com este objetivo, o brasileiro por outro lado busca enriquecer com a especulação, comentaram os executivos.
“O usuário argentino usa mais a carteira, porque compra cripto para manter, e o usuário brasileiro faz mais trade. O argentino trata de comprar dólares para ter a moeda e o brasileiro é mais especulador”, disse Matías.
No Brasil, o volume de negociação de stablecoins foi 9 vezes maior que o do bitcoin no primeiro trimestre de 2023, segundo dados da Receita Federal. Além da Ripio, outras empresas já apostam no tipo de criptomoeda. Recentemente o BTG Pactual lançou o BTG Dol, sua própria stablecoin.
*A jornalista viajou para a Argentina a convite da Ripio para o evento Modular Summit.
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