Elon Musk ficou conhecido por defender a criptomoeda dogecoin (Raymond Hall/GC Images)
Repórter do Future of Money
Publicado em 24 de julho de 2023 às 18h43.
Última atualização em 24 de julho de 2023 às 19h44.
O bilionário Elon Musk surpreendeu os usuários do Twitter no último fim de semana ao anunciar que a empresa responsável pela rede social mudou seu nome e logo para X, abandonando o tradicional símbolo do pássaro da marca. E as mudanças animaram alguns investidores do mundo das criptomoedas por representarem mais um passo no que pode ser uma integração de cripto com a rede.
Essas expectativas estão apoiadas em uma combinação de dois fatores. De um lado, o próprio Musk é um famoso defensor das criptomoedas, elogiando diferentes ativos, em especial o dogecoin. O bilionário já investiu nesse mercado e a Tesla, fabricante de carros elétricos controlada por ele, possui reservas em bitcoin. Por isso, a compra do Twitter pelo executivo foi vista como uma chance de incentivar o uso de moedas digitais pela rede.
Até o momento, nenhum sinal oficial foi dado por Musk ou pelo Twitter - agora X - referente a uma possível adoção de criptomoedas na rede social. Entretanto, informações vazadas à imprensa indicam que a empresa estaria trabalhando para criar uma moeda digital própria, com poucos detalhes revelados.
A ligação entre Elon Musk e o mundo cripto é antiga, mas seu melhor exemplo é a dogecoin. O bilionário já ficou famoso no mercado por gerar grandes variações no preço da criptomoeda simplesmente por citá-la, ou criticá-la, no Twitter. Alguns meses depois de adquirir a rede social, ele inclusive chegou a trocar o símbolo da rede pelo símbolo da criptomoeda.
Entretanto, as ações do bilionário também são criticadas. Atualmente, ele enfrenta um processo movido por investidores que o acusam de ter realizado manipulações intencionais de preço do dogecoin para lucrar com as movimentações dos investidores. Musk nega a acusação.
Logo após a compra do Twitter, o dogecoin chegou a ter uma forte valorização devido à expectativa dos investidores de que Musk poderia adotar o ativo como moeda oficial da rede social. O mesmo ocorreu quando houve a troca de logo. Até o momento, porém, essa previsão não se concretizou, apesar do bilionário seguir citando o ativo em piadas na rede social.
Perguntado sobre sua fixação com o dogecoin, Musk disse à Bloomberg que os responsáveis eram os funcionários das empresas controladas por ele: "quando andava pela fábrica da SpaceX ou da Tesla, eles me pediam para apoiar a dogecoin, então estou fazendo isso".
Desde que comprou o Twitter, Elon Musk não escondeu de ninguém sua intenção de tornar o projeto em um "super app" que reuniria diferentes funções, incluindo de compra e venda. Desde então, ele tem dado passos para concretizar essa visão, como a remuneração de produtores de conteúdos que assinaram o Twitter Blue e, agora, a mudança de nome e logo para o X.
Para muitos investidores, faria sentido, então, adotar uma criptomoeda para ser usada em todas essas operações, reduzindo a dependência de moedas fiduciárias. Em janeiro deste ano, fontes afirmaram ao jornal Financial Times que Musk pretendia introduzir um sistema de pagamentos que inicialmente suportaria apenas moedas fiduciárias, mas poderia adotar criptomoedas.
No início de dezembro, vazaram imagens sobre um suposto projeto “Twitter Coins” – um ativo digital secreto em desenvolvimento que seria usado para viabilizar pagamentos e distribuição de gorjetas na plataforma. Muitas pessoas tinham esperanças de que a moeda do Twitter estivesse ligada às criptomoedas e à tecnologia blockchain de alguma forma, mas isso não foi confirmado oficialmente.
Rumores não confirmados também surgiram em outubro do ano passado, sugerindo que a empresa de Elon Musk estava trabalhando em um protótipo de carteira que suportaria depósitos e saques com criptomoedas.
Além disso, a investidora veterana de Wall Street Caitlin Long afirmou em outubro do ano passado que acreditava que a aquisição do Twitter por Elon Musk faz parte dos planos do bilionário para revolucionar o setor de meios de pagamento, em um projeto que também envolveria o uso dos criptoativos e da tecnologia blockchain.
A própria batalha judicial que antecedeu a aquisição do Twitter deu alguns detalhes sobre os planos de Musk. Conversas do bilionário obtidas pela Justiça mostraram que ele chegou a cogitar integrar a tecnologia blockchain à rede social para pagamentos, citando o dogecoin como opção de moeda para ser usada.
Pouco depois, porém, ele disse apenas que "o blockchain no Twitter não é possível, pois os requisitos de largura de banda e latência não podem ser suportados por uma rede usuário a usuário, a menos que esses ‘usuários’ sejam absolutamente gigantescos, anulando assim o propósito de uma rede descentralizada".
Ao mesmo tempo, a Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo, foi uma das empresas que contribuiu financeiramente na compra do Twitter. A contribuição foi pequena, de US$ 500 milhões em uma compra bilionário, mas instigou rumores sobre a adoção de criptomoedas na rede social.
Desde então, o mercado aguarda por alguma sinalização oficial de Musk sobre o assunto. Mudanças como as realizadas neste fim de semana intensificam essas especulações, mas a imprevisibilidade do bilionário significa, na prática, que não há como saber quando, e se, as criptomoedas serão integradas de alguma forma no Twitter.
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