(Bloomberg/Getty Images)
O bitcoin testou sua máxima histórica em US$68.570, mas corrigiu nos últimos dois dias. Em um contexto macro, as variações de preço nos últimos dias pode ser explicada por indicadores de inflação acima do esperado, leilão dos títulos americanos de 30 anos e, pelo aumento da preocupação do mercado em relação à Evergrande, uma das maiores incorporadoras da China, que pode ter seu processo de falência iniciado em breve.
A fragilidade do teste do topo histórico pode ser observada quando utilizamos o indicador OBV (On Balance Volume), que representa um saldo de volume entre os dias de alta e dias de baixa. O volume tem o objetivo de confirmar movimentos, logo, em um teste de topo histórico é esperado um saldo de volume maior do que na última renovação de máxima histórica. A divergência ocorre quando o indicador forma topos mais baixos que o anteriores e o preço forma topos mais altos que os anteriores, mostrando que o movimento de alta não está sendo confirmado pelo volume.
O gráfico diário mostra uma retomada de pressão compradora, apesar do enfraquecimento dos últimos 2 dias. O preço segue acima da média móvel de 21 períodos, indicando tendência de alta. A pernada de alta formada entre 21 de setembro e 20 de outubro (seta azul) forma uma figura chamada pivô de alta, que pode ser projetada para definição de objetivos de preço e retrações de Fibonacci, que são níveis de preço que atuam como suporte baseado em proporções de Fibonacci. Dito isso, os principais suportes se mantém nas retrações de 38,2% em US$56.532 e 61,8% em US$50.065, caso existam correções mais profundas. O rompimento do topo histórico em US$66.999 ativou a figura citada e tem alvos em US$78.345 (141,4% de Fibo) e US$83.930 (161,8% de Fibo).
A expectativa é de continuidade da tendência de alta e teste dos alvos em US$78.345 (141,4% de Fibo) e US$83.930 (161,8% de Fibo), caso o preço continue acima dos US$60.000. A sugestão para quem está comprado no criptoativo é posicionar os stops abaixo do nível de US$56.567, uma vez que esse é o principal nível de suporte em um cenário de falha de novo teste dos US$67.500.
Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.