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Alta do bitcoin sofre abalo após notícias do Fed, mas otimismo continua

Falha no rompimento da resistência em US$ 58.000 e reunião do Fed freiam movimento de alta no preço do bitcoin, mas investidores continuam otimistas em relação à uma nova alta

O bitcoin é negociado por 57.529 dólares no momento (Bruno Faiotto/Exame)

O bitcoin é negociado por 57.529 dólares no momento (Bruno Faiotto/Exame)

Coindesk

Coindesk

Publicado em 14 de outubro de 2021 às 12h02.

O bitcoin demonstra sinais de exaustão no movimento de alta após a divulgação das atas de uma reunião do Federal Reserve (banco central dos EUA) na última quarta-feira, 13. Os documentos em questão abordavam a inflação e revelevam um crescente apoio à aceleração do fim dos programas de estímulo econômico nos EUA.

No momento, a criptomoeda é negociada na faixa dos 57.500 dólares, um pouco abaixo dos 58,500 dólares que foram alcançados na última quarta-feira, 13. Mesmo com a queda, o bitcoin acumula uma alta de 30% em outubro, que foi impulsionada pelo aumento da expectativa em relação à aprovação de um ETF de futuros de bitcoin pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, que pode aumentar a demanda dos investidores por essa classe de ativos.

As atas da reunião do Fed trouxeram uma série de pontos importantes, principalmente em relação a hipótese de que a alta na inflação será temporária , que é hoje uma das maiores preocupações de diversos políticos.

A transição da narrativa, que passou a assumir que a alta na inflação teria vida curta sugere que o Fed pode optar por afunilar ainda mais as suas políticas econômicas. Nesse sentido, diversos políticos preferem agir com uma certa "agilidade".

Tal decisão seria negativa para o bitcoin e todos os outros mercados de ativos que, no geral, dependem de liquidez. É esperado um corte mensal de 15 bilhões de dólares começando em novembro ou dezembro. O Fed comprou 80 bilhões de dólares em títulos do tesouro e 40 bilhões em valores mobiliários lastreados em títulos de hipoteca todo mês desde a primeira onda da pandemia do coronavírus em março de 2020 como parte de seu programa de estímulos à economia.

Ainda assim, o sentimento de parte do mercado continua otimista, com analistas clamando pelo “HODL” – gíria do mundo cripto para comprar e não vender, resistindo à possíveis baixas no preço – pelo menos até que o primeiro ETF de criptoativos seja aprovado no país. A SEC pode aprovar pelo menos quatro ETFs neste mês, de acordo com a Bloomberg. No Brasil, já temos cinco ETFs do gênero disponíveis para investidores.

No entanto, o bitcoin já teve uma alta significativa de mais de 30% com essa especulação. Além disso, um ETF de futuros tem seus pontos negativos e sua aprovação pode não ser tão positiva como muitos esperam. Então o viés radical do Fed pode prejudicar o bitcoin, especialmente se os mercados de ações caírem.

Apesar o sentimento à longo prazo se manter otimista, da perspectiva da análise técnica, o bitcoin aparenta ter dificuldades e falhou em se manter acima dos 58 mil dólares na manhã desta quinta-feira, 14.

(TradingView)

  • No gráfico acima, o índice de força relativa (RSI) se dissociou do preço desde 6 de outubro. A divergência negativa do indicador sugere uma perda na força da alta e pode abrir espaço para novos recuos.
  • O suporte imediato está em 54 mil dólares, um nível onde a pressão compradora agiu de forma consistente na última semana. Uma violação neste ponto permitiria uma queda para 50 mil dólares.
  • O progresso acima das altas diárias próximo de 58.500 é necessário para anular a divergência negativa do RSI e abrir as portas para novos recordes de preço, ultrapassando os 64.801 dólares, valor mais alto em que o preço do bitcoin já chegou.
Texto traduzido por Mariana Maria Silva e republicado com autorização da Coindesk

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