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Adoção de bitcoin na Argentina já supera a de El Salvador, afirma Ark Invest

Analista afirma que alta inflação faz com que argentinos busquem ativos mais estáveis, incluindo a criptomoeda

Bitcoin tem tido mais espaço para adoção na Argentina que em El Salvador (Reprodução/Reprodução)

Bitcoin tem tido mais espaço para adoção na Argentina que em El Salvador (Reprodução/Reprodução)

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 30 de agosto de 2023 às 13h20.

A Argentina enfrenta atualmente uma forte crise econômica, marcada por uma disparada da inflação e uma forte desvalorização da sua moeda, o peso. E, na visão da gestora Ark Invest, isso está fazendo com que a adesão ao bitcoin no país supere a de El Salvador, que tem a criptomoeda como moeda legal.

Apesar de não apresentar dados que corroborem a afirmação, o analista David Puell citou na última terça-feira, 29, uma conversa que teve com Angela Dalton, CEO da Signum Growth Capital e que viajou recentemente para El Salvador. Segundo ela, apesar do apoio estatal, o uso da criptomoeda no país não avançou.

"O conhecimento sobre o bitcoin é alto, mas o uso ainda é baixo. Existe um senso de orgulho geral entre a população de El Salvador pelo país ter adotado cedo uma nova tecnologia", afirmou Dalton. Na visão dela, o ativo ainda tem seu uso concentrado em destinos turísticos.

Puell destacou que a baixa adesão ao bitcoin faz sentido ao considerar o fato de que o dólar também é uma moeda legal em El Salvador desde 2001. Por isso, a moeda norte-americana "protegeu o poder de compra da inflação e das desvalorizações que devastaram outros países da região".

"Em contraste, o preço do bitcoin tem sido bastante volátil face às dificuldades crescentes, à medida que se esforça para evoluir para um sistema monetário com maior liquidez e adoção global", avaliou o analista da Ark Invest. Com isso, a criptomoeda tem um espaço de adoção menor em El Salvador.

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Bitcoin na Argentina

Por outro lado, Puell destacou que o cenário na Argentina é mais favorável para os ativos digitais. A inflação no país chegou a bater neste ano a casa dos 147%, enquanto o peso teve forte desvalorização. Com isso, a abertura da população a alternativas monetárias é maior.

Entretanto, especialistas afirmaram à EXAME que o bitcoin também não tem uma adesão tão grande da população argentina quanto as chamadas stablecoins. Essas criptomoedas são pareadas a outros ativos, em geral o dólar, o despontaram como uma alternativa de exposição à moeda norte-americana.

Puell observou ainda que a liderança do candidato Javier Milei nas primárias das eleições presidenciais da Argentina fizeram o preço do bitcoin disparar no país. Na visão dele, uma vitória do candidato de extrema-direita pode beneficiar tanto a criptomoeda quanto o poder de compra dos argentinos.

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