Patrocínio:
Repórter do Future of Money
Publicado em 6 de março de 2025 às 15h13.
O mercado de criptomoedas teve um mês de fevereiro negativo, colocando uma pausa em um forte ciclo de alta iniciado em novembro de 2024. Diversos ativos devolveram quase todos os ganhos dos últimos meses, mas analistas acreditam que ainda há espaço para recuperação e novas valorizações em março.
A chave para isso deverá vir do quadro macroeconômico global. A China tem intensificado medidas de estímulo à economia, o que ajuda o mercado cripto. Mas o foco estará nos Estados Unidos, que já dão sinais de piora no quadro econômico, estimulando um pessimismo entre investidores que leva a uma aversão a riscos.
Nesse cenário, as criptomoedas estão entre os ativos mais prejudicados. Por isso, os próximos passos do Federal Reserve em relação à taxa de juros norte-americana e novidades em torno do vaivém do "tarifaço" defendido por Donald Trump influenciarão fortemente o futuro do setor.
Danilo Matos, analista da NovaDAX, pontua que o bitcoin tem tido "dificuldades em se recuperar", prejudicado pela forte aversão a riscos entre os investidores. Por outro lado, ele afirma que os níveis atuais do mercado "indicam oportunidades de compra, sugerindo que o mercado está excessivamente pessimista devido às quedas e preços baixos".
"Uma sequência de eventos negativos no mercado contribuíram para que essa queda afetasse não só o bitcoin como também as principais criptomoedas do mercado. As políticas tarifárias de Trump nos Estados Unidos, o alvoroço com a memecoin do presidente argentino Milei e o hack de US$ 1,5 bilhões na exchange Bybit são apenas alguns dos fatores externos que impactam o mercado", explica.
Na visão do analista, "por mais que momentos como esse causem preocupação e medo", o momento atual pode ser o "ideal para acumulação e realocação de portfólio. São cenários como esse que costumam anteceder recuperações. Quem entende que a valorização do bitcoin é vista no longo prazo pode aproveitar a queda para acumular mais unidades a um preço reduzido".
Já Pedro Gutiérrez, diretor Latam da CoinEx, aponta que a Stellar pode ser uma das criptomoedas de destaque em março, chamando a atenção principalmente por ser um dos principais projetos de pagamentos internacionais em blockchain em meio a uma "crescente demanda global por transações internacionais rápidas e de baixo custo".
"Projetada para facilitar remessas eficientes e inclusão financeira, a Stellar estabeleceu parcerias sólidas com instituições financeiras, empresas e até bancos centrais explorando moedas digitais de banco central (CBDCs). Com a crescente adoção de stablecoins e ativos tokenizados em sua rede, ela está bem posicionada para uma maior expansão em março de 2025", avalia.
Ele comenta ainda que, do ponto de vista técnico, a criptomoeda "está atualmente testando uma zona de rompimento, sugerindo potencial de valorização. Além disso, o foco da Stellar em aplicações financeiras do mundo real, conformidade regulatória e adoção institucional a torna uma forte candidata para investidores que buscam uma criptomoeda sólida e voltada para utilidade real".
Para Theodoro Fleury, gestor e diretor de investimentos da QR Asset, a Solana pode ser um ativo com potencial para o mês de março. A criptomoeda encerrou fevereiro com um desempenho negativo, com queda de mais de 40%, impactada principalmente pelo colapso da Libra, a memecoin divulgada pelo presidente da Argentina Javier Milei.
"No entanto, após essa forte correção, acreditamos que Solana pode ter uma recuperação significativa nas próximas semanas, impulsionada inclusive pelo anúncio de estreia dos contratos futuros na CME em meados de março", explica o gestor.
Gutiérrez, da CoinEx, também cita a Tron como uma criptomoeda com potencial para o mês de março. Ele pontua que o projeto continua se consolidando no mercado cripto, se destacando por "taxas de transação baixas, processamento rápido e forte atividade de desenvolvedores".
Do ponto de vista técnico, o ativo "demonstrou estabilidade de preço, crescimento constante no volume de transações e forte atividade em blockchain, reforçando seu papel como um ativo confiável em condições de mercado voláteis".
"Os movimentos recentes de preço sugerem que a Tron está se aproximando de um nível de resistência importante, com indicadores de momentum apontando para um possível rompimento de alta. Considerando sua crescente adoção, desempenho consistente da rede e crescente interesse institucional, ela continua sendo uma escolha sólida para investidores que buscam estabilidade e crescimento", diz.
Para Fleury, da QR Asset, outra criptomoeda que merece atenção neste mês é a Sonic, antiga Fantom. O projeto decidiu realizar uma mudança de nome e identidade neste ano, na esteira de um esforço para recuperar o espaço perdido entre blockchains e usuários do mundo das finanças descentralizadas (DeFi).
Fleury pontua que a rede conseguiu "velocidades de transação superiores a Solana, e viu seu valor total bloqueado [TVL] disparar em fevereiro". Recentemente, o projeto também anunciou o retorno de Andre Cronje, um dos nomes mais famosos envolvidos com a antiga Fantom.
A novidade "pode manter o crescimento do TVL constante, inclusive tirando usuários da própria Solana. Além disso, e não menos importante, é um protocolo onde todos os tokens já foram emitidos, não havendo mais inflação. Acreditamos que essa combinação de fatores pode dar uma boa sustentação para o preço do ativo".
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | X | YouTube | Telegram | TikTok