Empresas de criptomoedas se concentram em operações de intermediação e infraestrutura (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 27 de outubro de 2023 às 05h01.
O mercado brasileiro de criptomoedas tem crescido ano a ano, mas ainda é relativamente novo. É o que aponta um estudo inédito produzido pela Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto). Segundo o levantamento, 49% dessas companhias foram criadas entre 2020 e 2022, ou seja, durante a pandemia.
De acordo com a pesquisa, 40% das empresas entrevistadas foram criadas há mais de cinco anos, ou seja, antes de 2018. Por outro lado, 6% foram lançadas ainda em 2023. Os dados mostram ainda que 29% possuem uma holding no Brasil e cerca de 25%, uma holding no exgterior.
Ao mesmo tempo, 16% se classificam como uma instituição financeira autorizada pelo Banco Central e 10% são controladas por estrangeiros ou fundos de investimento. "A pesquisa revelou, contudo, que 40% das têm um controle mais simples, com pessoas naturais ou sociedades operacionais no quadro social", pontua a ABCripto.
O levantamento indica também que 79% das empresas brasileiras de criptomoedas desenvolvem atividades de intermediação: negociação, mesa de operação, distribuição e market making. Já 62% tem atividades de infraestrutura: liquidação, cripto as a service, custódia, moeda eletrônica e câmbio.
Entre as companhias, 30% citaram ainda atividades classificadas como de emissão, concentradas na tokenização e lançamento de moedas. Atividades de seguros, aluguel, empréstimos e informação também foram citadas por 43% das empresas entrevistadas.
Os dados indicam que 94% das empresas de criptomoedas são brasileiras, com 68% sendo de sociedade limitada e 18%, de sociedade anônima. Além disso, 55% são classificadas como microempresas (MEI) ou empresas de pequeno porte (EPP). Quase 75% de todas as companhias estão sediadas em São Paulo.
Sobre volume de transações, 63% possui um volume abaixo de R$ 100 milhões, e 8% acima de R$ 5 bilhões. Por outro lado, 11% tiveram um faturamento acima de R$ 1 bilhão, enquanto 73% registraram um faturamento abaixo de R$ 10 milhões no último ano.
A pesquisa da ABCripto mostra que 83% das empresas de criptomoedas brasileiras possuem menos de 100 mil clientes, enquanto 10% possuem mais de um milhão. Quanto ao número de funcionários, 84% possuem menos de 100, indicando operações mais enxutas.
No relatório, a ABCripto destaca ainda que "à medida que inovação e regulação avançam, o diálogo entre participantes do mercado e Estado permitirá a co-criação de soluções que não imponham encargos desproporcionais às empresas e, ao mesmo tempo, assegurem níveis adequados de proteção a quem investe e ao Sistema Financeiro Nacional", o que tende a ajudar na expansão do setor.
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