Presidente salvadorenho, Nayib Bukele anunciou reunião com líderes de 44 países para discutir adoção do bitcoin e outros temas ligados à finanças e economia (Camilo Freedman/Bloomberg/Getty Images)
El Salvador recebe, nesta segunda-feira, 16, um evento para discutir o uso e a adoção do bitcoin com a presença de representantes de 44 países. Serão 32 bancos centrais e 12 autoridades financeiras representadas no evento, que pretende discutir os benefícios do ativo digital e como tem sido o experimento salvadorenho como o primeiro país a adotar a criptomoeda como moeda de curso legal.
Conforme anunciou o presidente Nayib Bukele, 44 países estarão reunidos, entre eles Paraguai, Haiti, Angola, Jordânia, Nepal, Paquistão, Costa Rica, Equador, Armênia, Egito, Maldivas e Moçambique. “Amanhã, 32 bancos centrais e 12 autoridades financeiras, totalizando 44 países, se encontrarão em El Salvador para discutir inclusão financeira, economia digital, a bancarização dos desbancarizados, a adoção do bitcoin e seus benefícios para nosso país”, escreveu o chefe de Estado salvadorenho.
O país da América Central ganhou as manchetes depois de se tornar o primeiro no mundo a adotar o BTC como moeda de curso legal no ano de 2021. Anteriormente, o dólar americano era a única moeda oficial em El Salvador, que tem um PIB de cerca de US$ 24 bilhões, sendo boa parte disso referente à remessas internacionais, de salvadorenhos que vivem em outras regiões e enviam dinheiro para seu país natal - o que gerava uma perda de US$ 400 milhões anualmente em taxas, problema que o bitcoin pode ajudar a resolver.
Ausente da reunião está a República Centro-Africana, segundo país a adotar o bitcoin como moeda oficial. Seguindo os passos do país comandado por Bukele, a nação com pouco mais de 6 milhões de habitantes seguiu caminho semelhante: aumentar o número de cidadãos com acesso a serviços financeiros, proteger seu dinheiro da inflação, entre outros. De acordo com o presidente Faustin Archange Touadera, a decisão "representa um passo decisivo na abertura de novas oportunidades no país”.
O uso de criptomoedas, em especial do bitcoin, em países com a economia fragilizada tem se tornado cada vez mais comum, de diferentes formas e com objetivos diversos. Ao mesmo tempo, órgãos como o Fundo Monetário Internacional (FMI) criticam ferozmente a adoção das criptos por bancos centrais.
Em alguns lugares, no entanto, o uso do bitcoin e outras criptomoedas não acontece de forma oficial, como política econômica, mas sim pela própria população - como é o caso da Argentina, onde esse tipo de ativo é usado como forma de se proteger da inflação. “Os criptoativos têm sido usados pela população Argentina principalmente desde a instalação de legislações que restringiram a compra de dólares, um dos grandes efeitos disso foi fortalecer o ecossistema cripto no país”, dise Henrique Teixeira, head global de Business Developent da exchange argentina Ripio. “Em países como a Argentina, onde se percebe uma dívida externa altíssima, percebe-se que as pessoas costumam buscar criptoativos como maneira de proteção das suas reservas pessoais”, finalizou.
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