Descubra os fatores que vão afetar o bitcoin em 2023 (Dalebor/Thinkstock)
Da Redação
Publicado em 11 de fevereiro de 2023 às 11h11.
Uma euforia pouco comum para um ciclo de baixa vem tomando conta da criptoesfera essas semanas. Quando olhamos para o mercado americano, está todo mundo vendendo o hype por lá. Mirando de volta no mercado brasileiro, a mesma coisa: fala-se em reversão de tendência do bitcoin, alta histórica, “agora é lua”, etc.
Eu estou só observando. Tentando entender o cenário. A probabilidade de o mercado subir é maior do que a de descer? Vamos falar sobre isso.
Quando faço as minhas análises, me baseio em quatro pontos principais: Eventos Globais, Regulamentação, Histórico e Fatores Diversos. Trago aqui uma explicação sobre cada um deles para que você possa aprender a avaliar as possibilidades do mercado.
Neste item, precisamos olhar, em especial, a economia como um todo. Como os governos estão se comportando? As políticas fiscais e monetárias estão funcionando?
Até mesmo desastres naturais e guerras são capazes de impactar o bitcoin e as criptomoedas em geral. Ambos são considerados sob o guarda-chuva “eventos globais”.
Todos esses movimentos afetam o motor principal de um investidor: a confiança.
Quando decidimos investir em um ativo, um título do governo, por exemplo, colocamos o nosso dinheiro ali para receber um valor anualizado de volta porque confiamos que o governo vai nos pagar a quantia com rendimentos.
Quando investimos em ações de uma companhia, estamos dando nosso voto de confiança à gestão daquela empresa, ao produto que vende ou ao serviço que presta. Portanto, a confiança começa a ser a base da tomada de decisão de todos os investidores.
Instabilidades como guerras, desastres naturais, economia global patinando, políticas fiscais difíceis e políticas monetárias descuidadas, levando à impressão de dinheiro, formam uma combinação nociva para o preço do bitcoin. A confiança fica abalada e os investidores tendem a se proteger com ativos considerados mais seguros.
Só deixando claro que a segurança a que me refiro acima não tem a ver com a segurança da tecnologia do bitcoin, que é indiscutível, talvez seja o ativo mais seguro do mundo. Estou falando de volatilidade, pois ativos menos voláteis são vistos como mais seguros.
Falhas na confiança fatalmente farão os investidores tirar o dinheiro do bitcoin e do mercado de ações, potencialmente mais vulneráveis, e aportar na renda fixa.
A regulamentação internacional é um outro termômetro para avaliarmos os rumos do bitcoin.
Os governos estão focados em resolver os problemas causados aos países e aos investidores por agentes de má fé, que usam criptos para praticar crimes como roubos, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e remessa ilegal de divisas.
A regulação pode afetar o bitcoin de maneira negativa caso implique em duras restrições ao mercado, capazes de impactar sua produção, uso e aceitação. Assim, os investidores tenderão a evitar os ativos digitais, o que pode fazer com que seus preços caiam no curto prazo.
Na contramão, caso a regulamentação sirva para aumentar a confiança dos usuários, o impacto será positivo. Podemos testemunhar um grande crescimento.
O halving, assunto da minha coluna da semana passada, e a adoção em larga escala do bitcoin podem fazer o preço subir no curto prazo. Um aumento na segurança da rede também terá impacto positivo na confiança do investidor.
Outro ponto de atenção é a competição entre as criptomoedas. Os investidores gostam de imaginar ralis entre o bitcoin e o ether, por exemplo. Será que o ether vai ultrapassar o valor de mercado do ativo criado por Satoshi Nakamoto?
Essa resposta tem o poder de gerar um movimento importante de preço no bitcoin. Negativo ou positivo? Não sabemos, as possibilidades estão abertas.
O aumento da usabilidade do ether, dada a profusão de projetos que têm e terão a rede como base, pode fazer o market cap da cripto de Vitalik Buterin saltar e, de quebra, aumentar o interesse no bitcoin. Mas também pode acontecer de o fluxo financeiro sair do bitcoin para o ether. Não temos como saber, apenas esperar para ver.
O que chamamos de Cisnes Negros também aparecem por aqui. O ano de 2022 foi repleto deles. A característica principal desses eventos é o fator surpresa. Quebra de corretoras, hackings milionários e falhas no código do bitcoin são exemplos.
Mas não só isso. Imaginem que a Amazon. por exemplo, comece a aceitar bitcoin como forma de pagamento. Veremos uma explosão na adesão ao ativo. Ou, talvez, um país passe a adotar o bitcoin como moeda de curso legal, como fez El Salvador. Também terá um impacto positivo no preço da cripto.
Para quem vive dizendo que o bitcoin vai morrer, o gráfico de evolução do ativo desde a sua gênese, lá em 2009, evidencia categoricamente que o crescimento tem sido exponencial, mesmo com as desvalorizações nos invernos em sua história. Ele nos mostra os ciclos do bitcoin e como saímos desses ciclos após períodos de baixa.
Os investidores que entendem os ciclos de mercado não temem nenhuma morte do bitcoin. Pelo contrário. Enquanto há amadores vendendo no desespero, há experientes “comprando o desespero” alheio e acumulando para lucrar no próximo verão cripto.
Outra observação que podemos fazer no gráfico são as altas que seguem os halvings. Quem quiser tirar a prova pode acessar o CoinMarketCap e, na home do site, clicar em bitcoin para analisar o gráfico.
Ao fazer o balanço desses fatores, conseguimos ter uma ideia do que esperar.
Acredito que teremos uma estabilização na alta do preço do bitcoin. Nesse momento em que escrevo, o bitcoin está próximo dos US$ 22 mil, enquanto o DXY, que mostra o desempenho do dólar contra uma cesta de moedas principais, está subindo em relação ao fim do mês passado e a bolsa americana, caindo. A bolsa estava bastante esticada e vimos o bitcoin acompanhando sua trajetória.
Não sabemos até que ponto esse movimento é artificial, temporário ou se representa apenas uma alta em meio a um ciclo de baixa, o que não é incomum, já vimos acontecer com diversos ativos.
Temos dois caminhos possíveis. Na minha opinião, o mais provável é que os EUA passem por uma recessão, apesar da tentativa de fazerem um “soft landing”, ou seja, uma desaceleração suave da economia. Eu não acredito que consigam. Ao se estabelecer uma recessão, consequentemente o preço do bitcoin pode retestar os US$ 15 mil.
No outro cenário, caso o pouso seja suave e haja uma estabilização da economia, com uma retomada no segundo semestre ou no final de 2023, podemos testemunhar uma disparada no preço dos ativos de renda variável.
Para se preparar, o investidor pode fazer aportes mensais em bitcoin. O tamanho do aporte deve ser aquele que cabe no seu bolso. Assim, quando o mercado de alta vier - e aposto que virá forte -, você não terá mais que lamentar ter perdido a oportunidade de investir e lucrar com as valorizações. Estude, se capacite. E comece agora.
*Felippe Percigo é um investidor especializado na área de criptoativos, professor de MBA em Finanças Digitais e educa diariamente, por meio da sua plataforma e redes sociais, mais de 100.000 pessoas a investirem no universo cripto com segurança.
Sabia que você pode investir em Bitcoin, ether, Polkadot e muitas outras moedas digitais direto no app da Mynt? Comece com R$ 100 e com a segurança de uma empresa BTG Pactual. Clique aqui para abrir sua conta gratuitamente.
Siga o Future of Money nas redes sociais: Instagram | Twitter | YouTube | Telegram | Tik Tok