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24% dos brasileiros investem em cripto e quase 80% defendem regulação, mostra pesquisa

Pesquisa aponta que maioria dos brasileiros ainda não tem conhecimento suficiente sobre Drex, mas vê projeto de forma positiva

Mercado de criptomoedas está em expansão no Brasil (Reprodução/Reprodução)

Mercado de criptomoedas está em expansão no Brasil (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 1 de abril de 2024 às 10h00.

Uma pesquisa divulgada pela Sherlock Communications nesta segunda-feira, 1º, aponta que o mercado de criptomoedas está em expansão tanto no Brasil quanto no resto da América Latina. No caso brasileiro, a fatia de pessoas que já investem em cripto cresceu de 14% em 2023 para 24% neste ano.

Na avaliação da empresa, "as criptomoedas e a tecnologia blockchain continuam a contar com grande apoio na América Latina e tiveram grandes avanços em processos regulatórios, mesmo enfrentando ainda desafios, como a obtenção de informação clara sobre seu funcionamento". Ao todo, foram entrevistadas 3.438 habitantes da Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru.

A pesquisa aponta que 19% dos latino-americanos, ou quase um entre cada cinco, já investe em criptomoedas. O número é maior que os 11% identificados na pesquisa de 2023. Entre os brasileiros, a principal razão citada para o investimento é como forma de guardar dinheiro para o futuro, estratégia citada por 45% dos entrevistados.

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Já 35% afirmaram que veem cripto como um "meio de complementar seus ganhos". Entre os brasileiros que não investem nesse mercado, 49% disseram que o principal motivo é a falta de conhecimento suficiente para entrar nesse mundo, indicando que a educação do público sobre o assunto pode ajudar a intensificar a expansão do setor.

Outro ponto destacado pela Sherlock Communications é o alto apoio para a regulação do mercado de criptomoedas. No Brasil, 78% dos entrevistados disseram que concordam com a necessidade de criação de mais normas para a regulamentação do setor. Já 68% afirmaram que discordam de medidas de regulação que acabem restringindo a adoção desses ativos.

O Brasil aprovou em 2022 o Marco Legal das Criptomoedas, a primeira regulação do país específica para o mercado cripto. Ele entrou em vigor em 2023, mas ainda depende de uma etapa de regulamentação infralegal, que está sendo realizada pelo Banco Central, para ser efetivamente implementado e cumprido em sua totalidade pelas empresas.

Para Luiz Hadad, especialista em blockchain na Sherlock Communications, "esses dados reforçam a tendência de consolidação da adoção de criptomoedas no Brasil, liderando a América Latina e transformando o país em um exemplo a ser seguido por outras nações. Tanto as empresas quanto os usuários nos mostram o quão maduro é o mercado de criptomoedas no Brasil, apesar de algumas barreiras relacionadas à obtenção de informação segura e correta".

Blockchain e Drex

Especificamente sobre a tecnologia blockchain, 59% dos brasileiros entrevistados disseram que ela pode "revolucionar a forma como os governos mantêm registros de saúde", enquanto 58% afirmaram que a tecnologia pode ter um impacto positivo em "comunidades subdesenvolvidas" e 60% veem a tecnologia como "uma forma segura de enviar doações para organizações não governamentais".

Outro tópico da pesquisa foi o Drex, projeto de moeda digital de banco central (CBDC) em desenvolvimento no Brasil. Para 59% dos entrevistados, ele deverá ajudar a combater a corrupção, e 74% esperam que ele otimize pagamentos e reduza burocracias.

Ao mesmo tempo, 65% dos entrevistados disseram que ainda não entendem o suficiente do assunto, e 56% manifestaram a preocupação de que o Drex poderá ser usado para "os governos monitorarem os hábitos de consumo da população".

Hadad avalia que "ainda há um extenso trabalho a ser feito pelos governos nacionais e pela comunidade cripto em geral em termos de educar a população sobre o tema. Precisamos simplificar a narrativa das criptomoedas e das CBDCs para que as pessoas possam entender o que está mudando. Precisamos não apenas informar as pessoas sobre a tecnologia em si, mas sobre o que a tecnologia nos permitirá fazer coletivamente".

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