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1º líder da Bitget no Brasil quer atrair traders para a corretora: 'Objetivo principal'

Em entrevista exclusiva à EXAME, Guilherme Prado falou sobre planos da exchange para o Brasil e desafios atuais do mercado

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 28 de fevereiro de 2025 às 14h01.

Última atualização em 28 de fevereiro de 2025 às 16h12.

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A corretora de criptomoedas Bitget anunciou neste mês o executivo Guilherme Prado como o seu primeiro country manager para o Brasil. O movimento reflete a crescente importância do mercado brasileiro para a exchange, assim como os seus planos de expansão, com foco especial nos chamados traders.

É o que afirma Guilherme Prado em entrevista exclusiva para a EXAME. Com passagens em outras empresas do mundo cripto, Prado foi responsável por liderar a expansão global da corretora Bybit entre 2023 e 2024. Agora, ele será o responsável por coordenar toda a operação da Bitget no Brasil.

"Já fiquei muito surpreendido, de forma positiva, em ver um time muito estruturado, com fundamentos estruturados, e agora estamos em busca de um crescimento. Eu estou muito feliz, e a minha chegada é o resultado dessa cascata de profissionalização local da exchange", explica.

Planos para o Brasil

Prado explica que o Brasil é "visto como uma oportunidade para qualquer corretora de criptomoedas" por reunir uma série de características interessantes, em especial a maior abertura a cripto e a sua grande população, se posicionando em destaque entre economias emergentes.

"Os EUA, por exemplo, têm as suas peculiaridades, e hoje a Coinbase é a única das grandes que opera lá. Na Europa, a regulação está mais célere, com todo mundo se ajustando para obter licenças. E aí tem os países emergentes, que são muito relevantes para a adoção de cripto, e o Brasil é o mais importante, porque não tem peculiaridades específicas", diz.

A "posição de relevância" do país foi o que fez a Bitget se interessar em intensificar a expansão no mercado, levando à nomeação do executivo. A missão, explica Prado, é "fazer com que a corretora ganhe uma parcela maior de mercado e seja um player relevante, assim como outros grandes que operam no Brasil".

Ele comenta que a chegada na corretora ocorre em um momento diferente de quando entrou na Bybit. Naquele momento, o foco era superar a FTX e tentar se aproximar da Binance, com as duas corretoras dominando o mercado de criptomoedas. Agora, está em trabalhar a marca da Bitget no mercado brasileiro.

E Prado destaca que a exchange terá um foco específico: "No fim do dia, somos uma plataforma de traders. Temos os que começam investindo em cripto aqui, e queremos ser competitivos nisso, mas o trader é o nosso objetivo principal. O primeiro contato pode ser em outras exchanges, mas depois vão aprendendo mais coisas e uma porcentagem vira traders, e eles vão naturalmente começar a buscar algo elaborado".

Além dos recursos para traders, a Bitget também é conhecida internacionalmente como uma das principais corretoras para negociação de derivativos de criptomoedas. No Brasil, porém, as corretoras não têm autorização para oferecer esse tipo de produto.

Sobre o tema, Prado comenta que "desde que eu me conheço como alguém desse mercado, eu ouço sobre o desenvolvimento do mercado de derivativos no Brasil e como regular. Tivemos alguns marcos, mas ainda não tem nada cravado em pedra. Uma coisa é a discussão, outra coisa é ter uma data limite. Acompanhamos com muito carinho isso, trabalhamos com advogados, players para entender o momento certo de poder encampar essa batalha".

Entretanto, ele avalia que talvez "não seja o melhor momento agora" para avançar no tema. "O momento é de monitorar regulações", diz. No caso do Brasil, a Bitget segue acompanhando o desenrolar da regulamentação do Banco Central e quer estar pronta para iniciar o processo de obtenção de licença quando ela for criada.

Desafios do mercado

Prado também avalia que a Bitget está bem posicionada para lidar com desafios recentes que o mercado de criptomoedas tem enfrentado. Uma delas é a explosão das chamadas memecoins, bastante populares entre traders, mas que possuem grandes riscos e têm sido cada vez mais usadas em golpes.

O líder da Bitget no Brasil explica que a corretora é "bem criteriosa" para a listagem desses ativos. "Sempre olhamos quem está por trás, o tamanho da comunidade, se é real ou não, se ela pode crescer e quem são os parceiros. Outro ponto importante é que também monitoramentos a liquidez, e isso é um grande diferencial da Bitget, um policiamento dos tokens listados".

"Se eles caem em um nível muito aquém, recebem alguns avisos e podem ser deslistados. É um triunfo do crescimento da Bitget", explica. Sobre a continuidade da expansão das memecoins, Prado comenta que isso dependerá do momento do mercado.

"Tradicionalmente, ciclos de alta implicam em mais liquidez, e isso acaba chegando em outras criptomoedas além do bitcoin, incluindo as memecoins. Podemos ter tido apenas um voo de galinha, sem esse movimento, ou então o cenário atual é de queda que antecede uma grande alta. Para mim, a segunda opção é mais provável", afirma.

Já em relação à segurança nas corretoras de criptomoedas após o ataque hacker contra a Bybit - o maior da história do mercado e que gerou perdas de US$ 1,5 bilhão -, Prado pontua que o episódio recente mostra que o setor "está preparado e sabe como reagir". Ele comenta que o caso da FTX gera temores sobre liquidez e reservas, mas que a história não se repetiu.

"A [falência da] FTX foi um grande aprendizado. Todo mundo se preparou e agora a água baixou e viu quem estava nadando pelado ou não, e a Bybit não estava. O grande desafio é como as grandes exchanges vão se adaptar a grupos especializados em hacks tão sofisticados. É um momento totalmente diferente da indústria, de união, empréstimos, de estender a mão", comenta.

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