SoftBank vende participação na WeWork Brasil
Com a venda de sua participação de 49% para a própria WeWork, fundo sai do negócio após período de atrasos em aluguéis
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 17:22.
O SoftBank, um dos maiores investidores globais em tecnologia, está desembarcando da WeWork Brasil. O fundo está vendendo sua fatia de 49% no braço nacional da empresa de coworking para a própria WeWork. A subsidiária na América Latina da empresa de escritórios já possuía 51% do negócio.
Com isso, a multinacional americana agora assume controle total das operações no país. O valor da transação não foi divulgado e está sob análise do Cade.
A decisão faz parte de uma reorganização estratégica para simplificar a estrutura acionária da WeWork no Brasil e consolidar sua gestão local, diz o documento da operação enviado ao órgão antitruste.
O SoftBank já tinha feito sua primeira saída do negócio no país em agosto do ano passado, diminuindo sua participação de 71% para os 49%. Naquele mês, a empresa começou a ser alvo de ações de despejo devido à inadimplência em aluguéis de imóveis.
A transação acontece em um momento delicado para a WeWork global. A empresa se recupera de uma grave crise financeira, marcada por inadimplência, fechamento de unidades e um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos em novembro de 2023 (a companhia saiu do Chapter 11 em meados do ano passado).
O SoftBank, que havia investido bilhões para salvar a WeWork em crises anteriores, já tinha reduzido sua participação no empreendimento global. A estimativa é de que a companhia custou cerca de US$ 12 bilhões em perdas para o fundo.
Desde 2019, quando a tentativa de abertura de capital (IPO) fracassou e revelou problemas graves de governança, a WeWork passou por diversas reestruturações.
O cofundador Adam Neumann deixou o comando da empresa, e o SoftBank assumiu o controle majoritário global, investindo mais de US$ 10 bilhões na tentativa de estabilizar as operações.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado