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Sétimo fundo: Advent tem R$ 11 bi para investir na América Latina

Só no Brasil, foram aportados US$ 3,7 bilhões desde 1996, em mais de 27 companhias

Lojas Quero-Quero: gestora levantou cerca de R$ 2 bi com IPO na B3 (Ricardo Jaeger/Exame)
Lojas Quero-Quero: gestora levantou cerca de R$ 2 bi com IPO na B3 (Ricardo Jaeger/Exame)

Publicado em 29 de setembro de 2020 às 11:24.

A Advent acabou de concluir a captação do sétimo fundo para a América Latina, no valor de 2 bilhões de dólares. Embora na moeda americana o LAPEF VII seja praticamente igual ao anterior, o volume em reais é 65% maior: há 11 bilhões de reais à disposição para novos negócios. É de se esperar, portanto, que a gestora possa fazer transações de maior tíquete, em empresas de médio e grande porte.

Juan Pablo Zucchini, sócio-gestor da Advent em São Paulo, contou ao EXAME IN que o objetivo é também manter a flexibilidade para apostar em companhias de alto potencial de crescimento. Por isso, o intervalo de aportes ficará entre 50 milhões de dólares e 300 milhões de dólares. A ideia é aplicar os recursos principalmente no Brasil, Colômbia, México e Peru, e ainda em eventuais oportunidades no Chile e na Argentina.

A gestora voltou ao mercado seis anos após a última captação para a região. Atualmente, são mais de 20 empresas investidas. Desde que começou a atuar na América Latina, em 1996, a Advent já captou 8 bilhões de dólares. Só no Brasil, foram investidos 3,7 bilhões de dólares, em 27 companhias. Segundo Zucchini, os recursos para essa sétima carteira foram obtidos essencialmente na mesma base de investidores institucionais que a Advent se relaciona, mas houve algum destaque para os aportes de fundos de pensão e soberanos.

Nos últimos 24 meses, a gestora comprometeu um total de 6,8 bilhões de dólares na região, em um total de 64 transações. Além disso, vendeu a totalidade de suas posições em 43 empresas, sendo nove por meio de ofertas públicas iniciais (IPOs). Entre os desinvestimentos dos últimos anos, estão a recente venda de ações da Lojas Quero-Quero na B3, e ainda das posições nas companhias abertas International Meal Company (IMC) e no Grupo Fleury.

Só na Quero-Quero, a gestora conseguiu quase 2 bilhões de reais com a venda das ações na bolsa. O investimento na rede de materiais de construção que atua fora dos grandes centros metropolitanos do país foi de 300 milhões de reais, em 2008 — em 12 anos, multiplicou o capital em 5,6 vezes.

O executivo afirmou em entrevista que a estratégia seguirá a mesma tradicional da casa, posições de controle ou minoritárias, mas sempre relevantes o suficiente para permitirem uma atuação próxima à gestão. “O empresário brasileiro procura, na maioria das vezes, capital e também ajuda com os negócios”, diz, apontando essa atuação da gestora como um fator favorável e um diferencial competitivo em relação ao acesso direto à bolsa, no atual cenário de preços atrativos para as companhias.

Fundada em 1984, a Advent tinha 58 bilhões de dólares em ativos sob gestão ao fim de junho deste ano. Desde sua criação, a gestora já realizou mais de 360 transações, em 41 países.

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