Logo Exame.com
bolsas-de-valores

Recorde na B3: vendas de ações em 2020 já somam R$ 106 bilhões

Montante inclui ofertas públicas, aumentos de capital privado e venda de blocos de ações na bolsa

B3: número de empresas abertas vai crescer pelo menos 10% (NurPhoto/Getty Images)
B3: número de empresas abertas vai crescer pelo menos 10% (NurPhoto/Getty Images)

Publicado em 21 de outubro de 2020 às 12:54.

Última atualização em 21 de outubro de 2020 às 13:06.

O ano de 2020 ainda nem terminou, é verdade. Mas, até os mais conservadores já podem se arriscar a dizer que vai superar as previsões pré-pandemia em volume de ofertas públicas de ações na B3, subsequentes e IPOs. No fim do ano passado, quando o novo coronavírus ainda nem era notícia, as expectativa para este ano variavam de 120 bilhões de reais a 200 bilhões de reais. Mesmo no piso, um feito e tanto.

Se forem consideradas todas as operações com ações realizadas até agora — incluindo aumentos de capital privado de Natura e CVC, e mais ainda a venda de ações da Vale pelo BNDES diretamente na bolsa, de quase 8 bilhões de reais — o movimento já passa de 106 bilhões de reais. O ano, portanto, já é recorde.

Caso a Rede D’Or, a primeira empresa de hospitais na B3, faça sua estreia até dezembro, é certo dizer que o ano em que a ficção científica virou realidade vai ultrapassar as expectativas. E até mesmo se a gigante dona das marcas D’Or e São Luiz deixar sua operação para 2021, ainda é possível alcançar as previsões. "Fica mais complicado, porém factível", afirma um fonte de bancos de investimentos.

A marca do ano passado já ficou bem para trás, com seus 90 bilhões de reais movimentados em 37 ofertas subsequentes (de empresas já abertas) e cinco IPOs. O Índice Bovespa acima dos 100 mil pontos ajuda agora na venda das operações que já estão na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no aguardo de registro e também a encorajar aqueles que pensaram em esperar 2021 depois da volatilidade de outubro.  Até o momento, somente as ofertas públicas de ações de 2020 superam 96 bilhões de reais:  20 subsequentes e 20 estreias.

Neste momento, há oito ofertas públicas de novatas na rua, que superam 6 bilhões de reais. Os bancos de investimento e as plataformas de distribuição de varejo oferecem agora ao mercado: Track&Field, Pacaembu, Méliuz, Alphaville, Wine, Enjoei, Aeris e 3R Petroleum. Todas fixam preço até dia 9 e estreiam no pregão, no máximo até dia 12 de novembro.

A fila de pretendentes a companhia aberta não para de crescer. E a expectativa é que, depois dessas, possam ocorrer ainda mais 10 IPOs ainda em 2020 — com algum otimismo. Nos últimos dias, começou a correria em busca de um lugar sol ainda neste ano. Já era esperado que, após o dia 15 de outubro, a fila CVM à espera de registro crescesse bastante. Com balanço até setembro atualizado, as empresas querem tentar garantir seu espaço no pregão. Desde o começo de outubro, oito empresas pediram sua senha. Além da Rede D’Or, o grupo de educação Cruzeiro do Sul, a comercializadora de energia Focus Energia, a varejista BIG (antigo Walmart), Neogrid, Oba Hortifruti, e as tão faladas por anos e anos CSN Mineração e Tok&Stok.

Considerando todos os IPOs já realizados neste ano, mais os oito que estão na rua, a B3 pode terminar 2020 com mais de 350 companhias abertas. Se passarem outros dez até o Natal, serão 360 empresas — um aumento de 12%. Nada mau para um ano que parecia perdido no fim do primeiro trimestre.

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Continua após a publicidade
ENTREVISTA: Com excessos no crédito, "pessoa física virou o novo BNDES", diz Bruno Garcia, da Truxt

ENTREVISTA: Com excessos no crédito, "pessoa física virou o novo BNDES", diz Bruno Garcia, da Truxt

ENTREVISTA: “Se o mercado não entende a boa fase da Multiplan, eu entendo”, diz CEO

ENTREVISTA: “Se o mercado não entende a boa fase da Multiplan, eu entendo”, diz CEO