Logo Exame.com
Breaking NewsESG

Raízen dá largada para estreia em green bonds no mercado externo

Recursos serão em parte utilizados para recomprar emissão em dólares feita em 2027, com R$ 3,9 bilhões de saldo restante

Raízen: Empresa já tinha feito uma emissão de CRA verde no mercado interno (Foto: Divulgação) (Raízen/Divulgação)
Raízen: Empresa já tinha feito uma emissão de CRA verde no mercado interno (Foto: Divulgação) (Raízen/Divulgação)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 26 de fevereiro de 2024 às 14:06.

Última atualização em 26 de fevereiro de 2024 às 14:10.

A Raízen deu a largada hoje para emissão de green bonds, marcando sua estreia em dívida verde no mercado internacional. Os títulos terão vencimento em 10 anos e podem ser estendidos também para 30 anos, segundo anúncio feito hoje a investidores, convocando para o road show da operação.

Os recursos devem ser usados em parte para recomprar uma emissão em dólares com vencimento em 2027, com custo original de 5,3% ao ano e com saldo de R$ 3,9 bilhões ao fim do terceiro trimestre.  Citi, Itaú BBA, JP Morgan e Morgan Stanley serão os coordenadores globais, num sindicato que conta ainda com BNP Paribas, BofA, Bradesco BBI e Santander.

A Raízen já havia acessado o mercado doméstico com títulos verdes, por meio de uma emissão de CRA verde feita em agosto de 2022. A emissão externa anunciada hoje vai ser aproveitar do mesmo framework constituído na época.

De acordo com o framework, os recursos obtidos com green bonds podem ser utilizados para projetos referentes a energia renovável, que estão no core business da empresa, maior produtora de etanol do país e que vem concentrando seus investimentos no produto de segunda geração, feito a partir dos resíduos da cana.

O capital pode ser aplicado em investimento para produção de biocombustíveis – sejam eles de segunda ou primeira geração – ou para a plantação ou compra de cana de açúcar, desde que ela seja certificada como de produção sustentável pela Bonsucro. Outros usos incluem gastos para co-geração de energia a partir de biomassa ou produção de biogás e biometano, além de investimentos em energia solar ou melhora de eficiência energética das suas fábricas.

A Raízen, que opera os postos Shell, também  já tinha feito uma emissão de R$ 1,2 bilhão com métricas atreladas a sustentabilidade no começo de 2022. Enquanto em green bonds os recursos são carimbados para projetos com externabilidades ambientais positivas, nessa modalidade, o uso do capital é livre, mas os juros variam de acordo com o atingimento de metas sustentáveis.

No caso, a emissão foi atrelada à obtenção da certificação Bonsucro, um selo que atesta boas práticas ambientais e sociais nos canaviais, para 94% de suas unidades operacionais até 2026 (contra índice de 74% na ocasião) e elevação de 19% para 30% a participação de mulheres em posições de liderança do mesmo período. 

Ao fim de setembro, a Raízen tinha uma dívida líquida de R$ 31,4 bilhões, equivalente a 1,9 vezes seu EBITDA em 12 meses. Hoje, apenas 5% da dívida da empresa é denominada em dólares.

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

Continua após a publicidade
Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Stone bate consenso, com avanço de 20% no TPV e take rate recorde

Stone bate consenso, com avanço de 20% no TPV e take rate recorde