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Por perda de fôlego, Citi rebaixa ação do Nubank e recomenda venda

Banco reduziu o preço-alvo do Nubank para US$ 11, citando desaceleração no crescimento no Brasil e avaliação elevada das ações

Nubank: analistas apontam que o desempenho no terceiro trimestre de 2024 revelou sinais de desaceleração em áreas-chave (Nubank/Divulgação)
Nubank: analistas apontam que o desempenho no terceiro trimestre de 2024 revelou sinais de desaceleração em áreas-chave (Nubank/Divulgação)
Karla Mamona

Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 3 de dezembro de 2024 às 14:17.

O Citi rebaixou sua recomendação para as ações do Nubank de neutra para venda, ajustando o preço-alvo de US$ 14,60 para US$ 11 – praticamente em linha com a cotação atual, na casa de US$ 11,80.

Apesar do rápido crescimento do banco digital no Brasil, os analistas apontam que o desempenho no terceiro trimestre de 2024 revelou sinais de desaceleração em áreas-chave. Desde que o balanço foi divulgado, há pouco mais de duas semanas, os papéis caem quase 20%.

Em relatório, o Citi destacou que o Nubank mostrou uma capacidade notável de expandir operações e aumentar o lucro líquido, mas a tendência de crescimento perdeu fôlego no último trimestre.

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A desaceleração foi principalmente visível em dois pontos: na receita e na margem líquida com juros. A diminuição da receita média por usuário ativo em comparação com o trimestre anterior e o aumento no custo de financiamento devido à alta da taxa Selic no Brasil e aos rendimentos pagos no México contribuíram para esse cenário. Além disso, houve uma queda na receita, especialmente no segmento de cartões de crédito.

O relatório também indicou que a margem reportada contraiu 140 pontos-base em relação ao trimestre anterior, e o indicador ajustado ao risco caiu 90 pontos-base no mesmo período. Isso resultou em lucros antes dos impostos praticamente estáveis, quebrando uma sequência de nove trimestres consecutivos de crescimento.

LEIA MAIS: Ponto de inflexão? Nubank desacelera no Brasil e ações caem 11%

Embora o Citi reconheça os esforços do Nubank em alcançar um novo nível de lucratividade, o banco expressa cautela em relação à avaliação atual das ações. As ações, que subiram 50% no acumulado do ano, estão sendo negociadas a 24,2 vezes o lucro e 6,2 vezes o valor patrimonial, níveis que, segundo os analistas, só se justificariam se houvesse uma aceleração significativa nas operações brasileiras.

Com a desaceleração já evidente no Brasil e as fontes alternativas de receita, como os empréstimos consignados e as operações no México e na Colômbia, ainda não maduras o suficiente para gerar um impacto imediato, o Citi acredita que a avaliação atual das ações está excessivamente inflacionada.

A recomendação de venda sugere que os investidores considerem a realização de lucros no curto prazo, enquanto o Nubank trabalha para fortalecer outras frentes de crescimento.

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Karla Mamona

Karla Mamona

Editora de Finanças

Jornalista especializada em economia e finanças. Formada pela Cásper Líbero e com MBA no Mercado de Capitais. Trabalha 10 anos na EXAME na cobertura de Mercados e Finanças pessoais.

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