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Balanços

No Iguatemi, ritmo de compra e venda de shoppings já foi. A ordem, agora, é acelerar crescimento

Grupo já viu o efeito da integração do RioSul melhorar vendas por metro quadrado; lucro líquido do primeiro trimestre somou 113 milhões com ajustes

RioSul: shopping do Rio de Janeiro foi uma das apostas de melhora do portfólio (Shopping Rio Sul/Reprodução)
RioSul: shopping do Rio de Janeiro foi uma das apostas de melhora do portfólio (Shopping Rio Sul/Reprodução)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 29 de abril de 2025 às 20:10.

Dono de endereços icônicos de luxo, como o Iguatemi São Paulo e o JK Iguatemi, o grupo Iguatemi intensificou sua consolidação no mercado de shoppings de alto padrão, uma decisão que se refletiu nos números do primeiro trimestre de 2025.

No período, a companhia registrou um crescimento de 17% nas vendas totais, alcançando R$ 5 bilhões, impulsionado pela contínua expansão do portfólio e pelo aumento da participação no mercado. Desde 2019, a participação da Iguatemi no setor saltou de 7,4% para 10,7%.

“Este resultado reflete uma estratégia consistente, com foco em experiência, curadoria de marcas e fortalecimento da conexão com o consumidor", diz Guido Oliveira, CFO do grupo Iguatemi.

Ao longo de 2024, a companhia colocou o pé no acelerador na reciclagem de seu portfólio. O grupo foi às compras com RioSul e fatias dos shoppings Pátio Paulista e Pátio Higienópolis. Para isso, se desfez da participação no Iguatemi São Carlos e reduziu de 78% para 60% sua fatia no Iguatemi Alphaville. Mais recentemente anunciou a venda de 49% de dois empreendimentos, o Shopping Market Place, na Zona Sul de São Paulo, e o Galleria Shopping, em Campinas.

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O movimento de compra e venda, agora, ficou no passado. O momento é de integração dos ativos e de continuação dos projetos de expansão e retrofit, conta Oliveira. A companhia está ampliando o Iguatemi Brasília e está fazendo a renovação do Market Place.

O lucro líquido cresceu 32%, para R$ 107,4 milhões. Considerando ajustes, o resultado foi de R$ 113,9 milhões, um crescimento de 5,1% em relação ao mesmo período de 2024. O FFO ajustado foi de R$ 138,5 milhões, representando uma queda de 9,9%, impactado por despesas financeiras mais altas, relacionadas ao cenário macroeconômico de juros altos e à aquisição do Rio Sul.

A receita líquida somou R$ 312 milhões, com uma expansão de 11% em comparação ao mesmo período do ano passado, enquanto a receita de aluguel cresceu 5,5%, representando 74,4% da receita bruta de shoppings. O EBITDA ajustado consolidado foi de R$ 244,3 milhões, com uma margem de 74%, mantendo a eficiência operacional.

"A taxa de juros subiu para 14,25%, o que impactou diretamente o nosso endividamento, gerando uma despesa financeira maior. Contudo, a nossa venda cresceu 17% e a nossa receita bruta teve um crescimento de quase 9%. Mesmo com o impacto dos juros e o desajuste de calendário, tivemos um desempenho operacional muito bom."

Em meio à gestão de ativos, a companhia também fez um trabalho significativo de gestão de passivos, o que a permitiu reduzir o custo da dívida. "Saímos de 105% do CDI para 102%, mantendo um bom prazo médio para a dívida. Também fizemos aquisições e vendas de ativos, o que ajudou a manter a dívida líquida sob controle."

Alta ocupação e crescimento das vendas

A taxa média de ocupação atingiu 96,6%, um dos maiores patamares registrados para um primeiro trimestre. Guido Oliveira destaca que, apesar da sazonalidade do período, “o crescimento das vendas impulsionou o aluguel percentual, que avançou 19,5% em relação ao primeiro trimestre de 2024”. A inadimplência líquida também caiu para 1,4%, o menor nível para os primeiros trimestres nos últimos 10 anos.

As vendas mesmas lojas (SSS) cresceram 6,3%, enquanto as vendas mesmas áreas (SAS) aumentaram 7,6%, ambos superando a inflação. Agora a expectatibva do executivo é de que o crescimento ganhe força com a chegada de lojas de novas marcas como H&M, Alo Yoga e Comme des Garçons.

Confiante em suas perspectivas para 2025, a empresa manteve as projeções de crescimento para 2025. "Mantemos nosso guidance para 2025, com crescimento de receita líquida de 7% a 8% e uma margem EBITDA entre 75% e 79%. Sabemos que a taxa de juros mais alta pressiona as despesas financeiras, mas estamos confiantes em nosso crescimento operacional. O mercado está aguardando uma possível redução nas taxas de juros nos próximos trimestres, o que pode beneficiar nossa performance", dzi o CFO.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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