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NA SUA CESTA: CVC quer digitalizar sem sair do mundo físico

Com turnaround finalizado, companhia está confiante em entregar crescimento em 2025. CEO Fábio Godinho conta a estratégia da companhia para vender até mesmo pelo WhatsApp

Godinho; "Viagem hoje é um dos principais desejos das famílias brasileiras, acima até da casa própria" (Leandro Fonseca/Exame)
Godinho; "Viagem hoje é um dos principais desejos das famílias brasileiras, acima até da casa própria" (Leandro Fonseca/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 7 de fevereiro de 2025 às 07:30.

Na CVC, o turnaround financeiro e estratégico ficou para trás. Agora é hora de crescimento, afirma Fábio Godinho, CEO da companhia de turismo.

Com investimentos em digitalização, expansão da rede de franquias e novas formas de pagamento, a empresa entra em 2025 focada no aumento das vendas. "O mercado de turismo está aquecido. Viagem hoje é um dos principais desejos das famílias brasileiras, acima até da casa própria", diz ele no novo episódio do “Na sua cesta”.

A empresa também aposta no modelo figital, combinando canais digitais e atendimento presencial. "O cliente começa a busca online, mas quer a segurança de falar com um agente para fechar a compra", explica Godinho.

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Um dos caminhos de digitalização tem sido, por exemplo, o atendimento via WhatsApp para oferecer assistência personalizada remotamente, o que Godinho aponta como um diferencial em relação às agências virtuais.

"Nosso site e o atendimento digital não concorrem com as lojas físicas. Pelo contrário, eles se complementam, pois trabalhamos com diferentes tipos de produtos e públicos", diz.

Nas lojas, por exemplo, são vendidos mais pacotes de resorts e navios ou roteiros mais complexos de viagem. No site, passagens aéreas para destinos próximos, pacotes só de hospedagem ou viagens de menos dias, por exemplo.

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Por isso, a presença física segue sendo vista como uma fortaleza da estratégia. Em 2024, a CVC abriu 300 novos pontos de venda, sendo uma das varejistas que mais abriu lojas, de olho especialmente em cidades médias do interior do país.

A ideia é continuar essa expansão. A companhia tem apostado no avanço via franquias, o que não exige um capex alto e não pressiona a saúde financeira. No terceiro trimestre, a alavancagem financeira da CVC estava em 1,2 vez.

“Agora, a maior parte do nosso investimento está mesmo destinado à tecnologia e marketing”, diz Godinho.

Crescimento mesmo com juros altos

Apesar do cenário macroeconômico desafiador, a companhia mantém uma visão otimista. "A CVC já passou por diferentes ciclos econômicos. Estamos preparados para enfrentar juros altos e flutuações cambiais", diz Godinho.

A diversificação dos meios de pagamento, incluindo financiamento próprio, crédito consignado e consórcio de viagens, tem ajudado a empresa a ampliar o acesso dos consumidores.

As ações da CVC, que figuraram entre as dez maiores quedas do Ibovespa em 2024, começaram 2025 com forte recuperação, subindo 42% em janeiro.

Para João Soares, analista de varejo do Citi, a estratégia da companhia tem dado resultados: "A margem EBITDA ajustada superou 20% nos últimos cinco trimestres, refletindo uma gestão disciplinada de despesas e um mix de produto mais rentável", escreveu em relatório

Ainda assim, Soares, que retomou a cobertura da empresa recentemente, mantém recomendação neutra para o papel, destacando que a alta dos juros pode limitar o potencial de valorização no curto prazo.

A fusão Azul-Gol e o impacto no turismo

Outro fator relevante para o setor de turismo é a possível fusão entre Azul e Gol. "O mais importante para a CVC é que as companhias aéreas estejam saudáveis e crescendo", afirma Godinho.

Segundo ele, um mercado aéreo forte beneficia diretamente a operadora, que depende da capacidade das empresas para oferecer pacotes competitivos. "Hoje temos um ótimo relacionamento com as aéreas, e essa consolidação pode trazer ganhos de eficiência para o setor todo", conclui.

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Acompanhe:

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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