NA SUA CESTA: A injeção de crescimento da Pague Menos
Rede de farmácias cresceu 17% no quarto trimestre, um dos maiores crescimentos do setor; Jonas Marques, o ‘CEO psicólogo’, conta a estratégia no videocast do INSIGHT


Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 14 de março de 2025 às 16:14.
Em janeiro de 2024, Jonas Marques assumiu o cargo de CEO da Pague Menos, em um momento crucial para a rede, que estava em plena integração da Extrafarma – rede de farmácias que pertencia ao grupo Ultra.
A aquisição, feita ainda em 2022, tornou a empresa a segunda maior rede de farmácias do Brasil, mas também trouxe desafios operacionais, que exigiram adaptação e ajustes importantes de rota.
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Em agosto de 2024, revisou suas projeções de sinergias: de R$ 180 milhões a R$ 275 milhões para uma faixa entre R$ 195 milhões e R$ 260 milhões. Ao fim do ano passado superou a projeção e capturou R$ 267 milhões em sinergias.
Agora, com a lição de um M&A, a companhia quer se concentrar na expansão orgânica acelerada, sem perder de vista o equilíbrio financeiro e a redução da alavancagem, um ponto ainda de atenção em meio ao cenário de juros altos.

Visão Macroeconômica: A Resiliência da Pague Menos
A Pague Menos se prepara para navegar por um ambiente econômico desafiador, mas com uma visão otimista sobre o futuro.
A empresa já obteve um grande avanço em 2024, reduzindo sua alavancagem financeira de 2,6 vezes para 1,97 vez o EBITDA. A estratégia de crescimento sustentável, que inclui a aceleração da expansão e a racionalização de custos, é vista como essencial para a empresa, especialmente considerando o impacto dos juros elevados sobre o custo de capital.
“Estamos muito focados em um crescimento orgânico, sem pressa de fazer novas aquisições. Queremos acelerar nossa expansão, mas de forma equilibrada, sem comprometer a saúde financeira da empresa”, diz Jonas Marques, o executivo foi o entrevistado do novo episódio do Na Sua Cesta.
O CEO destaca que o foco da companhia está em fortalecer sua posição no mercado sem perder de vista a desalavancagem, com planos claros para continuar o crescimento da receita e da base de clientes de maneira sólida.
As lições de aquisição da Extrafarma
A aquisição da Extrafarma foi uma decisão estratégica para a Pague Menos, acelerando sua presença em novas regiões e garantindo uma fatia maior do mercado. No entanto, a integração das duas redes não foi simples.
Marques destaca que houve um processo de “digestão” da aquisição, com a adaptação de mais de 200 lojas e a união de culturas diferentes. “Nós conseguimos capturar o máximo das sinergias e, no topo, alcançamos R$ 263 milhões. A integração da Extrafarma foi um sucesso, e hoje somos uma empresa mais forte”, comenta.
Esse processo de adaptação trouxe resultados expressivos. Em 2024, a Pague Menos registrou um crescimento de 17,5% na receita bruta do quarto trimestre. A companhia também viu uma aceleração significativa de 17,1% nas same store sales, um dos maiores crescimentos do varejo farmacêutico brasileiro.
A estratégia do CEO Psicólogo
Formado em psicologia, Marques acredita que, para alcançar resultados expressivos, é necessário priorizar as pessoas. A cultura de engajamento e o modelo de liderança da empresa têm sido fundamentais nesse processo de crescimento.
“A mudança começa com as pessoas. No varejo, não se trata apenas de vender um produto, mas de engajar e motivar os colaboradores a atuarem como donos do negócio”, afirma.
A Pague Menos também tem investido no desenvolvimento de suas equipes, com programas de treinamento que incluem a universidade corporativa, proporcionando educação para todos os seus 26 mil colaboradores.
Além disso, a empresa tem buscado reduzir a rotatividade, uma das grandes dificuldades do setor de varejo, com uma abordagem centrada no feedback contínuo e no aprimoramento das condições de trabalho.
O Futuro da Farmácia: Tecnologia e Inovação
O CEO vê a tecnologia como uma grande alavanca para o crescimento futuro da Pague Menos. A empresa já está aplicando inteligência artificial e machine learning para melhorar a gestão de estoques e prever a demanda nas lojas, com o objetivo de reduzir perdas e melhorar a eficiência logística.
Além disso, a Pague Menos aposta no omnichannel, com um crescimento de 55% em vendas online em 2024, superando o mercado, que cresceu apenas 25%.
“O futuro da farmácia está na combinação do atendimento presencial com o digital. Não vemos isso como uma dicotomia, mas como uma unicanalidade. Nosso objetivo é oferecer aos nossos clientes uma experiência integrada e fluida, seja na loja ou no e-commerce”, explica Marques.
Com quase 1.700 lojas no Brasil, a Pague Menos planeja abrir mais de 50 novas unidades em 2025, focando em cidades onde outras grandes redes não atuam, mas onde a demanda por serviços de saúde é crescente.
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado