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Multiplan chega a lucro recorde no 4º tri e reforça planos de expansão e revitalização de shoppings

Companhia reportou ganhos de R$ 512,5 milhões nos últimos três meses de 2024, superando as estimativas do mercado

Multiplan: empresa fez R$ 911 milhões em investimentos em 2024, especialmente em expansões e revitalizações (Multiplan/Divulgação)
Multiplan: empresa fez R$ 911 milhões em investimentos em 2024, especialmente em expansões e revitalizações (Multiplan/Divulgação)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 20:44.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2025 às 20:46.

A Multiplan encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 512,5 milhões, um crescimento de 69,4% em relação ao mesmo período do ano anterior – superando os valores já registrados em outros anos e as expectativas (já altas) do mercado. No ano, o lucro líquido saltou 31%, para R$ 1,34 bilhão.

O Ebitda do trimestre somou R$ 666,5 milhões (+69,6%), enquanto o fluxo de caixa operacional shopping (FFO) alcançou R$ 632,6 milhões (+65%). A receita líquida também apresentou forte alta, crescendo 64,1%, para R$ 936,3 milhões.

"Nosso lucro do quarto trimestre foi maior do que o registrado em todo o ano de 2019 ou 2018”, observa Armando d’Almeida Neto, CFO da companhia.

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Durante o ano, a Multiplan manteve uma estratégia agressiva de expansão e fortalecimento de seus ativos. Foram inauguradas duas expansões importantes, no DiamondMall e no ParkShoppingBarigüi.

No ano, a empresa fez R$ 911 milhões em investimentos. Esse processo de revitalizações de seus portfólios ampliou a área bruta locável (ABL), que, desde a abertura de capital da companhia, em 2007, cresceu 2,3 vezes.

Além das expansões, as revitalizações são, segundo o CFO, uma estratégia importante para manter o portfólio do grupo mais competitivo. As vendas dos lojistas cresceram 10,7% no quarto trimestre, com destaque justamente para os shoppings que passaram por um “banho de loja”.

É o caso do New York City Center, que passou por uma grande revitalização e viu suas vendas dispararem 37,5% no trimestre e 33,8% no ano. Além disso, dez shoppings superaram a marca de R$ 1 bilhão em vendas em 2024.

A companhia também reforçou sua aposta no digital. No trimestre, o aplicativo Multi, voltado para fidelização e interação com consumidores, registrou recorde de utilização com 28 milhões de sessões, o que representa um crescimento de quase 60% em relação ao ano anterior.

Mas a estratégia também passou pela gestão de portfólio. A Multiplan concluiu a venda de 25% do JundiaíShopping e comercializou terrenos em regiões estratégicas, destravando valor para os acionistas. Enquanto isso, a segunda fase do projeto residencial Golden Lake, em Porto Alegre, foi lançada e deve trazer novas oportunidades de crescimento.

Para conseguir o patamar de rentabilidade registrado, a Multiplan também foi rigorosa no controle das despesas. As despesas de sede caíram 1,7%, enquanto as despesas de shopping reduziram em 12%.

Apesar do cenário macroeconômico desafiador, com juros elevados impactando o poder de compra os consumidores, a Multiplan segue otimista. "Juros altos podem desacelerar a economia, mas já passamos por momentos de inflação e taxas ainda mais elevadas. O segmento de shoppings continua forte porque parte significativa das compras é ligada à experiência do consumidor", afirma d’Almeida Neto.

A empresa também enxerga oportunidade de valorização de seus ativos. Uma das iniciativas em 2024 foi a recompra de ações, no valor de R$ 2 bilhões. Para viabilizar a operação, a companhia emitiu R$ 1,8 bilhão em novas debêntures.

"Nossa avaliação é de que nossos ativos valem R$ 30,1 bilhões, enquanto o valor de mercado está muito abaixo. Existe valor e oportunidade de crescimento", reforça o executivo.

Hoje, o valor de mercado da Multiplan é de R$ 11,56 bilhões. Em 12 meses, as ações da administradora de shopping centers acumulam perdas de mais de 19%.

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Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

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