Morgan Stanley dá compra para RD Saúde: ‘crescendo sem parar e a preço atraente’
Queda de 17% nos papéis do ano abriu bom ponto de entrada; ações sobem 1,85%
Raquel Brandão
Repórter Exame IN
Publicado em 14 de outubro de 2024 às 15:39.
O tombo recente nas ações da RD Saúde, que caem 17% no ano contra 3% do Ibovespa, abriu uma boa oportunidade de entrada para um dos papéis queridinhos do mercado, aponta a equipe do Morgan Stanley.
Em relatório divulgado hoje, eles elevaram o preço-alvo dos papéis de dona das redes Raia e Drogasil de R$ 27 para R$ 30, o que implica um potencial de alta de 23% em relação ao fechamento de ontem, e elevaram a recomendação de “neutra” para “compra”.
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Num dia positivo para o varejo na Bolsa, as ações responderam com alta de 1,85%, para R$ 24,83, entre as maiores altas do Ibovespa.
Na avaliação da equipe do banco, os múltiplos atuais, de 27 vezes o lucro estimado para o próximo ano, esta abaixo da média histórica e o quarto trimestre deve ser um bom catalisador para os papéis, dada a fraca base de comparação do mesmo período do ano passado.
“Os drivers para o crescimento do mercado de saúde continuam intactos na nossa visão”, escreveram os analistas Maurício Cepeda e Artur Alves. “E a RD é a empresa mais bem posicionada no subsetor de saúde.”
A companhia, avaliam, deve crescer acima do setor, com abertura de 280 a 300 novas lojas por ano entre 2024 e 2025, mais do que qualquer concorrente. Além disso, outra avenida de crescimento deve vir com a 4bio, responsável pela comercialização e entrega de medicamentos especiais de alto custo.
A RD investiu na companhia em 2015 e neste ano exerceu direito de compra para deter todo o capital da empresa.
Risco tributário já está no preço
Para os analistas, a queda nas ações parece refletir uma preocupação com impostos mais altos para o setor: o consenso é de uma alíquota superior a 25% até 2030. Mesmo assim, aponta o MS, o lucro por ação deve crescer 27% por ano no período.
A expansão digital deve pesar sobre as despesas e deixar as margens ligeiramente menores, mas expectativa é de diluição dos custos no longo prazo.
“No futuro, a redução de custos de TI e a normalização do capex devem apoiar a expansão das margens e a geração de caixa, possibilitando maiores pagamentos de dividendos e esforços de desalavancagem.”
Segundo eles, a regulação de aumentos de preços no setor farmacêutico, alinhada com a inflação, deve continuar garantindo a acessibilidade, além de fornecer uma referência para o crescimento e as margens do setor. “Acreditamos que o crescimento do setor continuará na faixa de um dígito alto a dois dígitos baixos nos próximos anos.”
E mesmo o crescimento da relevância dos genéricos tem um efeito negativo menor para as varejistas do que para a indústria farmacêutica, como a Hypera, exemplifica o banco.
Embora sejam afetados pela oferta cada vez maior de genéricos, os varejistas surfam em uma nova onda de medicamentos patenteados, como GLP-1, para diabetes e obesidade, e medicamentos para transtorno de déficit de atenção (TDAH) e conseguem neutralizar a pressão negativa com produtos como cosméticos de alta tecnologia e vacinas.
“A RD é uma empresa de alta qualidade e crescimento, com elementos necessários para um crescimento consistente."
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Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado