Logo Exame.com
Balanços

Magazine Luiza tem terceiro trimestre seguido de lucro e venda nas lojas físicas se destaca

Companhia reverteu prejuízo no segundo trimestre e viu margens crescerem, com melhora de capital de giro, ganho de market share e aumento de receita de serviços

Magazine Luiza: vendas totais chegaram a R$15 bilhões no 2º tri, puxadas pelas lojas físicas e marketplace (Germano Lüders/Exame)
Magazine Luiza: vendas totais chegaram a R$15 bilhões no 2º tri, puxadas pelas lojas físicas e marketplace (Germano Lüders/Exame)
Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 8 de agosto de 2024 às 20:34.

Última atualização em 8 de agosto de 2024 às 21:20.

O segundo trimestre consolidou a melhora nos números do Magazine Luiza, que chegou a seu terceiro trimestre consecutivo de lucro e viu as margens crescerem.

A empresa reportou R$ 24 milhões na última linha do balanço. Se considerado apenas o resultado recorrente, o lucro foi de R$ 37 milhões, revertendo prejuízo de R$ 198,8 milhões de um ano antes.

SAIBA ANTES: Receba as notícias do INSIGHT pelo Whatsapp

O Ebitda cresceu 62%, comparado ao mesmo período de 2023, com 7,9% de margem, e alcançou R$ 711 milhões, superando projeções dos analistas. 

A geração de caixa operacional nos últimos 12 meses foi um dos destaques, chegando a R$2,2 bilhões, influenciada pela evolução no resultado operacional e no capital de giro, com a companhia ficando com estoques ajustados. "Fluxo de caixa das operações foi recorde e somado ao aumento de capital conseguimos zerar as dívidas de curto prazo e manter uma posição de caixa alta", destaca Roberto Belissimo, CFO da varejista.

Esse desempenho, somado à melhora da estrutura de capital e à redução dos custos de dívida por causa da queda dos juros básicos levou a companhia a registrar despesas financeiras 25% menores.

As vendas totais do Magalu atingiram R$15 bilhões, crescendo 4% em relação ao mesmo período do ano passado e atingindo patamares históricos para o período. A receita líquida somou R$ 9 bilhões, um avanço de 5% sobre o mesmo trimestre de 2023.

A margem bruta também cresceu 2,1 pontos percentuais, para 30,9%. "No varejo é bastante difícil aumentar vendas e margem bruta, mas conseguimos fazer isso de novo", diz. O aumento de margem bruta veio especialmente do online, onde houve repasse integral do Difal no período. Além disso, os diferentes negócios do grupo cresceram, incluindo Netshoes, Kabum e Época.

No entanto, o principal estímulo para as vendas totais veio do aquecimento das operações das lojas físicas, que cresceram 16%, maior performance de venda desde a pandemia, com ganho de market share em especial em regiões novas, como Rio de Janeiro e Brasília, em um momento em que o ambiente concorrencial ficou mais racional.

LEIA TAMBÉM: Com dívida renegociada, Casas Bahia volta ao lucro e antecipa metas

"Desde o fim do ano passado, as lojas têm crescido em patamar elevado, o que se acelerou nesse último trimestre. Tem a ver um pouco com a queda de juros e recuperação gradual da categoria. Mas tem mais a ver com nosso posicionamento e nossos diferencias competitivos, num momento em que nossos concorrentes estão menos agressivos", diz Belissimo.

No e-commerce, principal canal de vendas da varejista, o marketplace continuou puxando o crescimento e já responde por 40% das vendas. O 3P também ajudou a trazer mais rentabilidade por aumentar a participação da receita de serviços, que teve crescimento de 11,2%. Hoje, conta Belissimo, 21% dos pedidos totais do marketplace são fulfillment e devem chegar a 30% no fim do ano.

Agora, a parceria com a AliExpress a partir do terceiro trimestre deve trazer aceleração das vendas 1P, além do aumento do sortimento no 3P, acrescenta o CFO.

O Magalu encerrou o trimestre com uma posição de caixa líquido ajustado de R$2,0 bilhões, um aumento de R$1,1 bilhão na comparação anual, e uma posição de caixa total no valor de R$6,5 bilhões.

Luizacred de novo no azul

O braço financeiro foi um dos pontos fortes do resultado da companhia. Passou de um prejuízo de R$ 66 milhões para um lucro de R$ 70 milhões, melhoria impulsionada pela tendência positiva nos indicadores de inadimplência da base de cartões, cujo faturamento chegou a R$ 14 bilhões.  O MagaluBank atingiu R$23,4 bilhões em volume total de pagamentos.

Agora, a expectativa da companhia é de que com a volta a rentabilidade a Luizacred volte a crescer sua carteira, ofertando mais crédito ao consumidor, o que é importante para dar gás às vendas. "Acreditamos que o Itaú vai voltar a flexibilizar a taxa de aprovação ou focar um pouco mais em crescimento de vendas também."

Agora, a empresa está lançando uma linha de crédito ao consumidor para o cliente virtual. Será mais um meio de pagamento no e-commerce e que a empresa acredita ser uma ferramenta para alavancar as vendas online. "Já vemos a importância do crédito ao consumidor nas vendas das lojas físicas. E é uma venda adicional que tem tudo para acelerar as vendas no segundo semestre."

Para quem decide. Por quem decide.

Saiba antes. Receba o Insight no seu email

Li e concordo com os Termos de Uso e Política de Privacidade

Raquel Brandão

Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Jornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado

Continua após a publicidade
Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Dejà vu: JBS bate (de novo) o consenso, puxada por Seara

Stone bate consenso, com avanço de 20% no TPV e take rate recorde

Stone bate consenso, com avanço de 20% no TPV e take rate recorde