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Magazine Luiza

Magalu tem prejuízo de R$ 135 mi, com queda nas lojas físicas e aumento da selic

Companhia obteve ganhos em lucro bruto e em margem no período

Magalu: inflação ainda prejudica consumo nas lojas físicas e impacta resultado (Leandro Fonseca/Exame)
Magalu: inflação ainda prejudica consumo nas lojas físicas e impacta resultado (Leandro Fonseca/Exame)

Publicado em 11 de agosto de 2022 às 21:53.

Última atualização em 11 de agosto de 2022 às 22:01.

O Magazine Luiza ainda amarga os efeitos da dobradinha inflação alta e juros altos nas vendas em lojas físicas e da despesa financeira maior, com o aumento da Selic. Essa combinação fez com que a companhia registrasse prejuízo em comparação ao mesmo período do ano passado, mesmo com o repasse de custos aos produtos — que permitiu ganhos em margem. O prejuízo no período foi de R$ 135 milhões, revertendo lucro de R$ 95,5 milhões no segundo trimestre de 2021. Na versão ajustada, desconsiderando efeitos não recorrentes, o resultado foi negativo em R$ 112,1 milhões.

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No trimestre, a receita líquida da companhia foi de R$ 8,5 bilhões, queda de 5% na comparação anual. Dois pontos chamam atenção e ajudam a entender os números. No caso de Magazine Luiza, cujas vendas do 1P são concentradas em bens duráveis, o benefício do forte retorno do movimento às lojas físicas não trouxe expansão de vendas, diferentemente do setor de moda. As vendas nas lojas físicas recuaram 0,3% e o comércio online de produtos próprios (1P) recuou 6,8%. Mesmo com todo esforço de crescimento do marketplace (produtos de terceiros ou 3P), como se trata de uma comissão por vendas, o crescimento de 26,5%, para um total de R$ 630,6 milhões, não compensa a queda no 1P. 

“O 3P vai continuar sendo nosso motor de crescimento de vendas. A loja física está com um bom fluxo de clientes, mas que ainda sentem o cenário macroeconômico de inflação em alta”, diz Vanessa Papini, gerente de RI do Magazine Luiza, ao EXAME IN. A saída da companhia para trazer um olhar mais positivo em meio a esse cenário é apresentar os dados de receita junto aos de “Vendas Totais” no período. Nessa métrica, que considera receita de lojas, receita de vendas 1P e GMV do 3P, houve evolução de 1,3% na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, para R$ 13,9 bilhões. O varejo digital responde por 72% desse total. 

Para aumentar ganhos em um ambiente como esse, a companhia focou a atuação no trimestre em aumento de margem. Estratégias como diminuir o número de parcelas sem juros, aumentar a quantidade de serviços digitais e repassar aumento de custo aos produtos foram colocadas em prática e trouxeram resultado: o Magalu conseguiu um avanço de 3 pontos percentuais na margem bruta, que chegou a 28,6%. 

As despesas operacionais aumentaram 3,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, para R$ 1,9 bilhão, principalmente relacionados à menor diluição das despesas nas lojas físicas e ao crescimento do marketplace.

Como consequência, o Ebitda, no período, se manteve estável (queda de 1,7%) em R$ 457,4 milhões, bem como a margem Ebitda (queda de 0,1 ponto percentual), para 5,3%. 

O resultado financeiro no período foi de uma despesa de R$ 493,8 milhões, mais do que o dobro do valor registrado no segundo trimestre de 2021. O aumento da Selic no período é o principal ponto para isso. Os juros de empréstimos e financiamentos subiram 701,2%, bem como os de antecipação de recebíveis: de 67,4% no cartão de terceiros, com uma despesa de R$ 150 milhões, e  de 45,1% no Cartão Luiza, totalizando R$ 86,7 milhões. 

O TPV do cartão de crédito cresceu 42,4% no segundo trimestre, atingindo R$ 13,6 bilhões, maior faturamento trimestral da história. Com o aumento da carteira, a inadimplência também cresceu. Nas despesas operacionais, é possível ver que as perdas em liquidação duvidosa aumentaram 80%, para R$ 59 milhões. 

Em Luizacred, a carteira vencida acima de 90 dias foi de 7,7% no trimestre, variação de 3 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano passado, ainda abaixo dos níveis pré-pandemia, segundo o documento. A carteira vencida de 15 a 90 dias representou 3% da total, variação de 1 ponto percentual em relação ao mesmo período do ano passado, “em função do aumento da quantidade de novos clientes e da deterioração recente nos indicadores macroeconômicos”, de acordo com o balanço.

Os investimentos no período somaram R$ 184,2 milhões, queda de 40% na comparação com o mesmo período do ano anterior. Tecnologia foi o maior alvo dos aportes, com R$ 116,7 milhões, aumento de 16% na comparação anual. 

As despesas com novas lojas, por outro lado, caíram 80% ante o segundo trimestre do ano passado, para R$ 14,8 milhões. Os gastos com reformas também reduziram em 49%, para R$ 8,1 milhões. No período, a companhia inaugurou 90 lojas e tem atualmente 1.429. 

 

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