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Limpa na Azzas: funcionários de alto escalão são cortados em 'grande reestruturação'

Cassiano Lemos, de operações, e Marco Vidal, de recursos humanos, com mais de 10 anos de casa, estão entre as saídas; Birman fala em 'dia triste'

Alexandre Birman, da Arezzo, e Roberto Jatahy, no anúncio da fusão (Leandro Fonseca/Exame)
Alexandre Birman, da Arezzo, e Roberto Jatahy, no anúncio da fusão (Leandro Fonseca/Exame)
Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Publicado em 7 de abril de 2025 às 18:03.

Última atualização em 7 de abril de 2025 às 18:45.

A Azzas 2154 anunciou na tarde de hoje uma grande reestruturação, que envolveu a saída de dezenas de funcionários de alto escalão, entre diretores e gerentes, apurou o INSIGHT.

Ao menos dois diretores com mais de uma década de Arezzo, Marco Vidal, de recursos humanos, e Cassiano Lemos, de operações, estão entre os nomes que deixam a companhia.

Em vídeo aos funcionários ao qual a reportagem teve acesso, o CEO Alexandre Birman afirmou que ambos haviam “externado a vontade de ter novos desafios”.

Sem citar outros nomes, o empresário afirmou que se trata de um “momento de transição e reestruturação de várias áreas”, para “aprimoração [sic] da estrutura organizacional”, reconhecendo que se tratava de “um dia triste”.

No vídeo, Birman deu a atender que se trata de um movimento para enxugar as camadas de gestão e conter despesas. Segundo ele, trata-se de um momento marcante, na proporção do que ocorreu entre 1995 e 1996, quando a companhia decidiu encerrar a fabricação de calçados em suas fábricas próprias em Belo Horizonte.

Ainda de acordo com fontes ouvidas pelo INSIGHT, saiu no corte de hoje também Tobias Stingelin, responsável pela área de relações com investidores, que estava há dez meses na companhia.

Na última sexta-feira, a CMO, Gisela Dantas, que tinha assumido o cargo há pouco mais de um ano, já havia anunciado sua saída da companhia. Fontes próximas ao Azzas informam que deve haver novos cortes.

Menos de um ano após a conclusão da fusão entre a Arezzo &Co e o Grupo Soma, que aconteceu em agosto do ano passado, o mercado tem pressionado a Azzas por conta de resultados fracos, com margens pressionadas, e pela demora na entrega das sinergias. No quarto trimestre, aumentos de gastos por conta da integração das operações, estiveram entre as preocupações dos investidores.

Vem pesando sobre os papéis principalmente as notícias de desentendimentos entre Birman e Roberto Jatahy, que era o principal acionista do Soma.

Com a relação desgastada, os hoje sócios já têm advogados contratados para mediar suas conversas. Em comunicado divulgado no mês passado, a companhia afastou uma cisão da companhia, mas não descartou a possibilidade de revisão no acordo de acionistas.

Os papéis caem 57% em um ano, com a empresa avaliada em R$ 5,08 bilhões – o mesmo valor que o Grupo Soma pagou em 2021 apenas pela Hering.

Procurado, o Azzas enviou o seguinte posicionamento:

"O grupo Azzas 2154 informa que, nesta segunda-feira (07/04/2025), os executivos Cassiano Lemos (COO) e Marco Vidal (CHRO) encerraram seus ciclos na companhia. O grupo agradece imensamente a dedicação durante o período em que estiveram conosco e deseja muito sucesso em seus novos desafios.

Além disso, uma reestruturação foi feita com foco na plataforma e na unidade de calçados e acessórios. Este movimento faz parte do plano estratégico da companhia previsto para otimizar a estrutura organizacional e os processos operacionais a fim de aumentar a eficiência e a criação de valor do negócio."

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Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

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