Grupo SBF, dono da Centauro, anuncia troca de CEO
Pedro Zemel deixará o cargo após 9 anos, e vai para o conselho; Gustavo Furtado, general manager para a marca Centauro, assume o comando
![Prata da casa, Zemel liderou processo de turnaround nos últimos dois anos (Centauro/Divulgação)](/insight/_next/image?url=https%3A%2F%2Fclassic.exame.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2025%2F02%2FPedro-Zemel_SBF-1.jpg%3Fquality%3D70%26strip%3Dinfo%26w%3D1024&w=1920&q=75)
Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 11:04.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2025 às 11:28.
Num movimento que pegou o mercado de surpresa, o Grupo SBF, dono da Centauro e da Fisia, que opera a Nike no Brasil, anunciou uma mudança no comando.
Pedro Zemel estava há nove anos como CEO e há 12 na companhia e liderou o IPO da companhia. Ele será substituído por Gustavo Furtado, um executivo com longo tempo de casa e que atuava como general manager da Centauro.
A mudança envolve um período de transição e seré efetiva a partir de 24 de abril, com Zemel sendo indicado a um cargo no conselho de administração.
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A transição vem depois de anos complicados para o Grupo SBF. Entre 2021 e 2023, a empresa viu um desbalanço de estoques, ocasionado pelo crescimento rápido da marca Fisia, que acabou deixando o grupo com um inventário alto e se traduziu em maior política de descontos e pressão de capital de giro.
Ao longo do último ano, Zemel entregou um bom turnaround, trazendo os estoques para níveis mais normais e implementando uma estratégia de marca mais focada em eventos e comunidade que trouxe de volta os compradores para o papel.
“Zemel fez um ótimo trabalho entre 2015 e 2019. E um bom trabalho nos últimos dois anos”, diz um gestor que já teve posição na companhia.
"O fato de ele ir para o conselho indica que não vai para um concorrente, o que é uma boa notícia", diz um outro investidor comprado no papel.
O grande desafio do Grupo SBF agora é de destravar alavancas de crescimento para o negócio, especialmente em meio a um cenário macroeconômico mais desafiador e a pressão de custo, com a disparada do dólar. Nos últimos anos, o SBF diminui o ritmo de abertura de lojas.
Assim como Zemel, Furtado é prata da casa. Está no grupo desde 2013, onde comandou a integração da Fisia e, mais recentemente, vinha liderando a operação da Centauro. Por lá, liderou iniciativas como o avanço da atuação no digital, a implementação da multicanalidade no negócio e o desenvolvimento do conceito de lojas G5, que focou na experiência e na jornada esportiva do consumidor, com serviços personalizados.
Nos bastidores, fontes têm relatado ainda uma participação mais ativa do fundador do grupo, Sebastião Bomfim Filho, que é presidente do conselho, na condução do negócio. O movimento vem ainda em meio a uma mudança na estrutura acionária da companhia, com XP aumentando sua participação, via o braço de private equity.
Há pouco menos de um mês, a gestora anunciou que chegou a 6% de participação, com mais uma exposição relevante via derivativos.
No mercado, a grande questão é como fica a participação da GP Investimentos, investidora de longa data no SBF, com cerca de 20% das ações. Bonfim é o maior acionista, com uma participação em torno de 40%.
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![Raquel Brandão](/insight/_next/image?url=https%3A%2F%2Fclassic.exame.com%2Fwp-content%2Fuploads%2F2023%2F09%2FRAQUEL-BRANDAO.jpg%3Fquality%3D70%26strip%3Dinfo&w=96&q=75)
Raquel Brandão
Repórter Exame INJornalista há mais de uma década, foi do Estadão, passando pela coluna do comentarista Celso Ming. Também foi repórter de empresas e bens de consumo no Valor Econômico. Na Exame desde 2022, cobre companhias abertas e bastidores do mercado
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Natalia Viri
Editora do EXAME INJornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.