O Grupo Mateus e Novo Atacarejo assinaram o acordo de associação anunciado em maio, marcando um movimento estratégico que consolida sua presença no Nordeste e mitiga a sobreposição de operações nas regiões de atuação.
Os detalhes finais da transação trouxeram ajustes significativos ao que foi anunciado inicialmente – eliminando incertezas que pairavam sobre o papel desde que a união foi anunciada.
Houve redução no aporte de capital do grupo para R$378 milhões, abaixo da faixa anteriormente estimada de R$400 milhões a R$500 milhões. O pagamento será realizado em três parcelas anuais, sendo a primeira após a aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). A expectativa é de que a operação seja aprovada no primeiro trimestre de 2025.
Também houve mudança no total de lojas da JV – na prática, aumentando a contribuição do Mateus no negócio. Em maio, as companhias anunciaram 50 lojas, sendo 21 do Grupo Mateus e outras 29 do Novo Atacarejo. Agora, a combinação de negócios reune 59 lojas: 25 unidades e 4 centros de distribuição (CDs) do Grupo Mateus em Pernambuco, Paraíba e Alagoas e 34 lojas e 1 CD do Novo Atacarejo. Ao todo, a nova empresa teve faturamento de R$ 10,5 bilhões nos últimos doze meses.
"Essas mudanças, especialmente a maior contribuição do Grupo Mateus tornam a JV menos geradora de valor, mas ainda com impacto positivo", afirmam os analistas de varejo do Citi.
As unidades colocadas pelo Mateus tem Ebitda menor que o consolidado do grupo. Mas ainda que a rentabilidade seja inferior ao consolidado do Mateus num primeiro momento, a experiência do Novo e as sinergias esperadas – especialmente em capital de giro e depesas com aluguéis – devem contribuir para uma melhora gradual.
Após a transação, o Mateus deterá 51% do negócio combinado, enquanto a família Assis, controladora do Novo Atacarejo, manterá 49%. O CEO da JV será Daniel Costa, do Novo Atacarejo. O CFO será indicado pelo Grupo Mateus, que também indicará quatro dos sete integrantes do Conselho – Ilson Mateus vai ser o chairman da JV.
O acordo inclui uma possível diluição da participação do Novo por meio de dividendos e aumento de capital, com base em múltiplos de vendas de 0,32x, o que pode aumentar o controle do GMAT no futuro.
"Consideramos o negócio como estrategicamente positivo, pois fortalece a presença do GMAT no Nordeste, mitiga riscos de execução e competitividade nessas cidades, enquanto deve gerar sinergias operacionais. Além disso, também deve permitir que a empresa se concentre na expansão em outros estados, acelerando sua consolidação na região", escreve o time da XP.
Após uma reação inicial de baixa, as ações do Grupo Mateus registraram alta durante o pregão desta sexta-feira, avançando 2,66% perto do encerramento. O papel passou ao campo positivo após uma teleconferência para detalhar a estratégia da operação.
O Grupo Mateus é avaliado em R$ 15,70 bilhões.
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