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EXCLUSIVO: Publicis negocia compra do BR Media Group, líder em marketing de influência no Brasil

Transação é avaliada em cerca de R$ 550 milhões e conversas estão em fase avançada, segundo fontes ouvidas pelo INSIGHT

Gastos com mídias sociais devem superar aqueles com anúncios de TV pela primeira vez em 2025 (Xavier Lorenzo/Getty Images)
Gastos com mídias sociais devem superar aqueles com anúncios de TV pela primeira vez em 2025 (Xavier Lorenzo/Getty Images)

Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 11:41.

Última atualização em 11 de fevereiro de 2025 às 11:57.

A gigante da publicidade Publicis está em conversas avançadas para a compra do BR Media Group, uma das líderes em marketing de influência no Brasil, um dos países no mundo onde os influenciadores ditam cada vez mais as intenções de compra.

Segundo fontes ouvidas pelo INSIGHT, a transação está em fase final de negociação. O negócio avaliado em cerca de R$ 550 milhões, um múltiplo de 8 vezes o EBITDA da BR Media, que roda em R$ 70 milhões. Assim como em todo processo de M&A, não há garantias de que um acordo será realmente fechado.

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Fundada em 2012 pelo publicitário Celso Ribeiro e pelo advogado Danilo Basso, a BR Media nasceu com a ideia de monetizar a base de seguidores de jogadores de futebol e atletas.

Com o tempo, foi ampliando seu modelo de negócio para influenciadores em geral e hoje atua como um braço de marketing de influência das marcas, com mais de 500 empresas atendidas e 35 mil influenciadores em sua base.

Num modelo full service, a BR Media oferece desde serviços de estratégia até a execução das campanhas, com equipe criativa e estúdios proprietários, oferecendo também a análise de resultados para os clientes.

Operando num modelo de holding, o BR Media Group tem também o MIS, uma plataforma que automatiza o processo de contratação de microinfluenciadores. No guarda-chuva, está ainda a Farol, que ajuda a gerenciar a carreira de influenciadores, tanto do ponto de vista de crescimento de base quanto de estruturação financeira.

Em 2022, a BR Media já tinha recebido uma rodada de captação de R$ 105 milhões, liderada pela gestora BridgeOne, voltada para empresas B2B, numa transação que avaliou a companhia em pouco mais de R$ 300 milhões.

O namoro entre Publicis – dona de agências como a que leva seu nome, DPZ, Talent e Leo Burnett – e o BR Media Group já acontece há alguns anos. No ano passado, as empresas formaram uma parceria, batizada de PXP Creators by BR Media Group, com objetivo de simplificar a interlocução com os clientes na criação de projetos com influenciadores e creators.

Na prática, o BR Media Group passou a ser o parceiro preferencial para marketing de influência da Publicis no Brasil e seus profissionais passaram a ser plugados às agências do grupo para pensar e executar projetos envolvendo influenciados.

O movimento no país replica a estratégia da Publicis no mercado global. Em julho do ano passado, o grupo anunciou a compra da Influential, considerada a maior empresa de marketing de influência do mundo, por US$ 500 milhões. A empresa administra uma rede de mais de 3,5 milhões de influenciadores digitais.

“O marketing de influência está revolucionando a indústria de mídia e publicidade e se tornou um impulsionador de crescimento onipresente para marcas devido à capacidade única de se conectar significativamente com seus clientes”, disse o Publicis Groupe em comunicado à época.

“Até 2025, espera-se que os gastos com mídia social atinjam US$ 186 bilhões, excedendo os gastos globais com anúncios de TV pela primeira vez, com o marketing de influência como seu segmento de crescimento mais rápido.”

Mundialmente, outras holdings têm respondido ao interesse crescente dos anunciantes em marketing de influência.

Em março do ano passado, a WPP comprou a agência Goat, enquanto a Stagwell anunciou a aquisição a aquisição da Leaders, de Tel-Aviv, junto com seu software de planejamento de campanhas com influencers, chamado InfluencerMarketing.AI.

No Brasil, o mercado de marketing de influência é bastante pulverizado, com diversas agências, as da Publicis entre eles, atuando em partes  específicas da cadeia. Num segmento que busca cada vez mais se profissionalizar, no entanto, há algumas empresas que tem dominado esse mercado com uma proposta mais completa. Além da BR Media, há os concorrentes Spark e Mynd.

A Squid, startup que criou uma plataforma forte para microinfluenciadores, foi vendida para o grupo Locaweb, de serviços de tecnologia de informação, em 2022, por cerca de R$ 400 milhões.

Procurada, a Publicis disse que não comenta rumores de mercado.

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Acompanhe:

Natalia Viri

Natalia Viri

Editora do EXAME IN

Jornalista com mais de 15 anos de experiência na cobertura de negócios e finanças. Passou pelas redações de Valor, Veja e Brazil Journal e foi cofundadora do Reset, um portal dedicado a ESG e à nova economia.

Juliana Pio

Juliana Pio

Editora-assistente de Marketing e Projetos Especiais

Graduada em Jornalismo, com MBA em Marketing Digital pela FGV e passagens por veículos como Estadão e Época Negócios. Escreve sobre marketing e atua em projetos especiais como a Melhores e Maiores, Exame CEO e o Clube CMO

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